Diário de Mercado na 2ª feira, 21.05.2018
Blue chips despencam e Ibovespa tem terceiro recuo seguido
Resumo.
O índice doméstico teve firme recuo nesta segunda-feira, registrando o terceiro pregão negativo consecutivo, em dia de exercício de opções sobre ações e de volatilidade presente.
O início ruim segue na esteira da queda de 2,51% da semana anterior, e de 4,99% acumulada no mês. O mau desempenho ocorre a despeito da suspensão neste domingo da disputa comercial entre EUA e China, que trouxe alívio aos mercados acionários no exterior - especialmente aos norte-americanos.
O abrandamento na tensão comercial enfraqueceu o dólar ante a maioria das principais moedas e, ao lado do aumento da oferta de swaps pelo Bacen, foi determinante para a primeira queda da divisa ante o real, após seis sessões de avanços.
Ibovespa.
Embora tenha passado parte da manhã em terreno positivo, chegando a subir quase 1%, o Ibovespa despencou no início da tarde, puxado pelo mau desempenho das blue chips. Petrobras – mesmo com a elevação nos preços do barril do petróleo – Vale, Ultrapar e Bradesco tiveram as quedas mais relevantes. Na outra ponta, os papéis de Magazine Luiza, Rumo e JBS valorizaram.
O índice encerrou aos 81.815 pts (-1,52%), acumulando queda 4,99% no mês, e altas de 7,09% no ano e 30,61% em 12 meses. O forte volume preliminar da Bovespa foi de R$ 20,36 bilhões, sendo R$ 11,96 bilhões no mercado à vista e R$ 7,94 bilhões no exercício de opções.
Capitais Externos na Bolsa
Na 5ª feira, 17.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 954,075 milhões da bolsa, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 1,011 bilhão e diminuindo o saldo positivo do ano para R$ 3,409 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a balança comercial registrou superávit de R$ 1,924 bilhão na terceira semana de maio, ante resultado positivo de R$ 1,926 bilhão (revisado) na semana anterior.
Com o resultado, a balança registra superávits de R$ 5,059 bilhões no mês e de R$ 25,381 bilhões no ano (recuo de 3,2% em relação ao mesmo período de 2017).
Já o índice de confiança industrial da CNI caiu de 56.7 pts em abril para 55.5 pts em maio. Recuando pelo segundo mês seguido, o índice interrompeu uma sequência de oito avanços, apesar de ainda refletir confiança dos empresários do setor (pontuação acima de 50 pts indica confiança).
Câmbio e CDS.
Após seis pregões seguidos de apreciação chegando ao maior patamar em mais de dois anos, o dólar comercial (interbancário) arrefeceu nesta segunda-feira abaixo da linha d’água dos R$ 3,70. O recuo foi também resultado de maior agressividade do BC ao atuar no mercado de câmbio, triplicando a oferta de swaps.
Ademais, a suspensão da disputa comercial entre EUA e China produziu um movimento de enfraquecimento predominante da divisa norte-americana ante as principais moedas.
O dólar encerrou em sua mínima intradiária, cotado a R$ 3,6840 (-1,39%). A moeda acumula alta de 5,14% no mês, 11,13% no ano e 13,32% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos desceu a 197 pts, ante 203 pts da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, especialmente nos contratos de curto e médio prazos. Os últimos estiveram em baixa durante todo o dia, ao passo que a ponta longa alternou tendências. Os ajustes de baixa ocorreram em um movimento de realização ante as firmes elevações da semana anterior, refletindo também o arrefecimento do dólar no mercado doméstico.
Para a semana.
Brasil: Coleta de impostos, COPOM – ata da reunião, IPC-S FGV, FGV Confiança do Consumidor, IPCA-15, Saldo em conta corrente, Investimento Estrangeiro Direto, Custos de construção FGV;
EUA: PMI Manufatura, Vendas de casas já existentes, Pedidos de bens duráveis, Vendas de casas novas, FOMC – ata da reunião, Sentimento Universidade de Michigan;
Alemanha: PMI Manufatura, PIB;
França: PMI Manufatura;
Reino Unido: IPC principal, PIB;
Zona do euro: PMI Manufatura;
Japão: Nikkei PMI Manufatura;
China: Lucros industriais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento domercado na 2ª feira, 21.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos