Diário do Mercado na 2ª feira, 11.03.2019
Ibovespa avança com CCJ da previdência e cenário externo favorável
Comentário.
O índice doméstico denotou firme avanço e encerrou na máxima do dia, em seu terceiro maior fechamento histórico (recorde em 98.588 pts em 04/02/2019). Internamente, a notícia de uma possível instalação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na Câmara dos Deputados ainda esta semana, que já começaria a analisar a reforma da previdência proposta pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro, elevou o ânimo dos investidores.
Também, o cenário externo foi favorável, com indicadores considerados mais favoráveis dos EUA - percepção do mercado de trajetória mais branda dos juros pelo Fed, de possível desfecho sobre o Brexit para breve e a alta do petróleo - impulsionando as bolsas de Nova York, que contagiaram os demais mercados acionários pelo mundo.
No Brasil, o dólar recuou e fechou a R$ 3,8410 (-0,78%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros caiu como um todo, com destaque para baixo da ponta mais longa.
Ibovespa.
O índice abriu em veloz elevação, apoiado nas notícias domésticas e externas, já ultrapassando os 97 mil pts com uma hora e meia de negócios. A partir daí, seguiu em paulatina e constante tendência ascendente até o término do pregão.
As chamadas Blue Chips se sobressaíram na contribuição ponderada para o índice: Petrobras, Vale e os papéis do setor de bancos – o de maior peso. A petrolífera subiu logo cedo com possível venda de ativos e plano de corte de gastos, bem como alavancada pela alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Neste panorama do dia, o Ibovespa fechou aos 98.026 pts (+2,79%), na segunda maior oscilação positiva em um dia no ano (maior em 2 de janeiro (+3,56%), acumulando variações de +2,56% no mês, +11,54% no ano e +13,49% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,636 bilhões, sendo R$ 14,160 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 7 de março (último dado disponível), houve ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 60,159 milhões, com o saldo negativo em fevereiro cedendo a R$ 32,766 milhões. O saldo acumulado no ano situa-se agora em R$ 1,094 bilhão.
Agenda Econômica.
A produção de veículos avançou 29,9% em fevereiro frente a janeiro, sendo produzidas 257,2 mil unidades (maior volume desde 2014) - um crescimento de 20,5% ante fevereiro de 2018. As vendas de veículos novos recuaram 0,6% em fevereiro se comparadas com janeiro, crescendo 26,6% ante ao mesmo período de 2018. Já as exportações de veículos cresceu 61,8% comparado a janeiro e caiu 39,9% em relação a fevereiro de 2018.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana recuou nesta segunda-feira frente ao real, que liderou os ganhos entre as moedas emergentes. O dólar comercial (interbancário) fechou em R$ 3,840 (-0,78%), acumulando variações de +2,32% no mês, -0,90% no ano e +18,12% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil baixou para 157 pts versus 164 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros, na véspera da divulgação do IPCA, findaram a sessão regular em queda, com realce para os contratos de longo prazo, puxados pelo bom humor externo e interno – este influenciado pelo otimismo do trâmite da reforma da previdência.
O DI para janeiro de 2020 fechou em 6,44% de 6,46%. O DI para 2021 passou de 7,14% para 7,06%. O DI para janeiro de 2023 foi de 8,28% para 8,15%. O DI para janeiro de 2025 caiu de 8,81% para 8,67%.
Para a semana
Brasil: IGP-M (prévia); IPCA; Produção industrial; Criação de empregos formais; IGP-10; Coleta de impostos.
EUA: IPC; Índices de preços de importação e exportação; Produção industrial.
Alemanha: IPC.
França: IPC.
Reino Unido: Produção industrial. Zona do Euro: IPC e Produção industrial. China: Produção acumulada do ano.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 11.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.