Diário do Mercado na 5ª feira, 02.05.2019
Mercado abre o mês de maio em queda, acompanhando Wall Street
Comentário.
O Ibovespa acompanhou tanto a tendência negativa dos índices de Wall Street no dia, como sofreu ajuste em relação às baixas na véspera dos mercados acionários em Nova York, que funcionaram normalmente, enquanto no Brasil e na Europa as principais bolsas de valores estiveram fechadas por conta do feriado do “Dia do Trabalho”.
Na quarta-feira, dia 1º de maio, o Fed (Banco Central norte-americano) decidiu manter a taxa de juros no intervalo entre 2,25% e 2,50% - atitude que era esperada pelos agentes.
Todavia, havia a expectativa de comentários mais amenos sobre a política monetária, que abriria espaço para um futuro corte de juros, que acabou não ocorrendo e trazendo correções nos preços dos ativos. Aparentemente, o órgão renovou um tipo de discurso já utilizado anteriormente, adotando uma postura para tentar evitar a euforia dos investidores e possível formação de bolha nos mercados acionários locais, que estiveram batendo recordes históricos em abril.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,9590 (+0,97%). Os juros futuros mostraram leves elevações como um todo, seguindo a tendência doméstica da moeda norte-americana.
Ibovespa.
O índice abriu cadente e operou ao longo de toda a sessão em campo negativo, vindo algumas vezes abaixo de 95.500 pontos.
Contudo, a partir das 14h, houve reação parcial que reduziu as perdas no dia. A Petrobras também foi afetada pelas quedas dos preços do barril de petróleo. Já a Vale sofreu um revés maior com notícia sobre bloqueio de valores por causa do desastre de Brumadinho e a estagnação do preço do minério na China.
O índice Bovespa encerrou a 95.527 (-086%). O preliminar giro da Bovespa foi de R$ 12,077 bilhões, sendo R$ 11,897 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 29 de abril (último dado disponível), o ingresso líquido de capital estrangeiro foi de R$ 181,244 milhões na Bovespa, com a saída líquida arrefecendo a R$ 755,067 milhões em abril. Em 2019, o saldo positivo acumula agora R$ 497,022 milhões.
Câmbio e CDS.
O dólar norte-americano subiu frente ao real, em movimento alinhado com o mercado internacional de moedas.
O dólar comercial (interbancário), que chegou a denotar alta mais contundente ao longo do pregão, terminou cotado a R$ 3,9590 (+0,97%), acumulando +0,71% na semana, +0,97% no mês, +2,17% no ano e +11,49% em 12 meses.
Risco País
O risco-país pelo CDS Brasil 5 anos passou a 174 pts de 173 pts.
Juros.
Os juros futuros fecharam a sessão regular com levíssimas elevações ao longo de toda a extensão de sua curva de estrutura a termo, após ter apresentado altas mais expressivas ao longo do dia, acompanhando o movimento altista do dólar.
Em relação à véspera, assim finalizaram: o DI janeiro/2020 em 6,51% de 6,50%; o DI janeiro/2021 em 7,14% de 7,12%; o DI janeiro/2023 em 8,24% de 8,23%; o DI janeiro/2025 em 8,76% de 8,75%; e o DI janeiro/2027 estável em 9,06%.
Agenda Econômica.
No Brasil, a balança comercial teve superávit de US$ 6,061 bilhões em abril, sendo US$ 19,689 bilhões em exportações e US$ 13,628 bilhões em importações.
No acumulado de janeiro a abril, a balança apresenta um superávit de US$ 16,576 bilhões, recuando 8,7% na comparação com o mesmo período de 2018.
A utilização da capacidade instalada cedeu a 0,9% em março ante fevereiro, atingindo 76,5% (menor nível desde maio de 2018). O PMI industrial caiu de 52,8 pts em março para 51,5 pts em abril.
Para a sexta-feira
Brasil: PMI Manufatura.
EUA: Payroll (criação de vagas na economia), Taxa de desemprego e Média de ganhos.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do cmportamento do mercado na 5ª feira, 02.05.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos