Diário do Mercado na 5ª feira, 23.05.2019
Percepção doméstica favorável evita queda maior do Ibovespa
Comentário.
O índice doméstico sofreu pressão vendedora ao longo do pregão, mais incisiva do que a ocorrida na véspera. Mesmo tentando ensaiar uma recuperação por volta do meio dia, as notícias externas sobre a guerra comercial entre EUA e a China trouxeram mais apreensão aos agentes e suplantaram a melhor visão doméstica em relação à atual articulação política do governo brasileiro.
O secretário de Estado norte-americano falou que não sabe quando será acertado um acordo entre os países, mas que o importante é continuar negociando. Esta questão tem sido crucial, pois existem temores nos investidores que seu agravamento também impacte negativamente o crescimento mundial.
Neste panorama, tanto os índices das bolsas de Nova York, como as principais bolsas na Europa sofreram firmes perdas no dia.
O dólar comercial (interbancário) teve leve elevação, fechando cotado a R$ 4,0470 (+0,17%). Os juros futuros baixaram em toda a extensão de sua curva, seguindo o cenário interno.
Ibovespa.
O índice principiou decaindo rapidamente, mas, ainda pela manhã, começou a reagir, chegando a ficar positivo no início da tarde. Todavia, a pressão vendedora voltou a prevalecer e findou em baixa.
O Ibovespa encerrou aos 93.910 pts (-0,48%), acumulando +4,35% na semana, -2,54% no mês, +6,85% no ano e +16,13% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 12,405 bilhões, sendo R$ 12,239 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 20 de maio (último dado disponível), a Bovespa registrou entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 167,966 milhões, passando a saída líquida em maio para R$ 5,636 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo está agora em R$ 5,130 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança do consumidor recuou pelo quarto mês seguido, caindo 2,9 pontos entre os meses de abril (89,5 pts) e maio (86,6 pts), registrando o menor nível desde outubro de 2018, informou a FGV.
A arrecadação federal somou R$ 139,030 bilhões no mês de abril, registrando uma alta real (descontada a inflação) de +1,28% em relação ao mesmo período do ano anterior - o valor é o melhor para o mês em 5 anos.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta moderada frente ao real, com os investidores atentos às turbulências do cenário externo, de negociações comerciais entre EUA e China, e ao panorama interno, monitorando o trâmite de medidas no Congresso e a reforma da previdência.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0470 (+0,17%), acumulando -1,29% na semana, +3,21% no mês, +4,44% no ano e +11,70% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil foi a 181 ante 179 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular de hoje em queda, puxados pela forte aversão ao risco vinda do exterior.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,38% de 6,41%; DI janeiro/2021 em 6,79% de 6,85%; DI janeiro/2023 em 7,97% de 8,01%; DI janeiro/2025 em 8,57% de 8,60%; e DI janeiro/2027 em 8,92% de 8,94%.
Para sexta-feira.
Brasil: CAGED e IPCA-15.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 23.05.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos