Diário do Mercado na 4ª feira, 17.04.2019
Ibovespa sofre pressão vendedora com adiamento da votação na CCJ
Comentário.
O dia principiou positivo e parecia que haveria a continuidade da trajetória ascendente dos dois últimos pregões. Todavia, notícias que a votação da admissibilidade da proposta da reforma da previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que seria nesta 4ª feira, foi adiada para a próxima semana (possivelmente na 3ª feira), terminaram por elevar a aversão ao risco doméstico e induzir realizações.
De outra mão, aparentemente, contribuiu negativamente uma postura de antecipação dos investidores, que optaram por já diminuir posicionamentos antes do feriado prolongado de Páscoa, dado que a bolsa estará fechada na próxima 6ª feira.
Vale lembrar que o comportamento no dia também teve um componente sazonal, por ser vencimento dos contratos de índice futuro do Ibovespa.
Externamente, mesmo com dados considerados propícios da China, de crescimento, indústria e varejo, o preço do petróleo terminou recuando, assim como registraram baixas os índices dos mercados acionários de Nova York, contribuindo com influência negativa sobre a bolsa brasileira.
O Fed divulgou o livro bege, com sua percepção das condições atuais da economia norte-americana, que foi tido como “mais do mesmo”.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,9350 (+0,87%). Os juros futuros
ficaram quase estáveis no curto prazo, mas com elevação gradual no médio e longo prazos.
Ibovespa.
O índice abriu para cima, impulsionado pelas altas iniciais das ações da Petrobras, que teve seu poder decisório sobre a política de preços de combustíveis ratificado, e da Vale, com visão favorável após a liberação da mina de brucutu na véspera.
Entretanto, os receios com o adiamento da votação do texto da reforma da previdência na CCJ foi preponderante e induziu disposição vendedora nos investidores. Na meia hora final, os papéis da petrolífera reagiram e fecharam em campo positivo.
O Ibovespa findou aos 93.284 pts (-1,11%), acumulando +0,44% na semana, -2,23% no mês, +6,14% no ano e +10,94% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 26,560 bilhões, alavancado pelo vencimento do índice futuro do Ibovespa.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 de abril (último dado disponível), a saída líquida de capital estrangeiro foi de R$ 600,261 milhões, com saldo negativo indo a R$ 3,423 bilhões no mês. Em 2019, o saldo tornou-se negativo em R$ 2,171 bilhões.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) avançou com a elevação da percepção de risco doméstico e de modo mais incisivo após a divulgação do adiamento da votação da reforma da previdência na CCJ.
A divisa fechou cotada a R$ 3,9350 (+0,87%), acumulando +1,22% na semana, +0,49% no mês, +1,55% no ano e +15,43% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil subiu a 171 pts ante 168 pts da véspera
Juros.
Mais uma sessão em que os juros futuros curtos fecharam não distantes da estabilidade, enquanto os vencimentos intermediários e longos subiram progressivamente.
Em relação à véspera, assim finalizaram: DI janeiro/20 em 6,46% de 6,47%; DI janeiro/21 em 7,12% de 7,10%; DI janeiro/23 em 8,31% de 8,25%; DI janeiro/25 em 8,84% de 8,73%; e DI janeiro/27 em 9,14% de 9,07%.
Agenda Econômica.
O IGP-M desacelerou para +0,78% na 2ª prévia de abril versus +1,06% na 2ª prévia de março. Os seus subíndices assim variaram: IPA-M em +0,89% (+1,41% na 2ª prévia de março); IPC-M em +0,66% (+0,50% na 2ª prévia de março); e INCC-M em +0,39% (+0,11% na 2ª prévia de março).
O IGP-M passou a acumular +2,96% no ano e +8,50% em 12 meses.
O IPC-Fipe semanal variou +0,42% na segunda quadrissemana de abril (+0,47% antes), com os grupos alimentação e transportes ainda pressionando a taxa.
Para a semana
Brasil: Coleta de impostos; Caged - Criação de empregos formais;
EUA: vendas a varejo; Construção de casas novas; Licenças p/construção.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercadona 4ª feira, 17.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.