Diário do Mercado na 4ª feira, 28.01.2020
Ibovespa apara excesso da baixa anterior junto com Nova York
Comentário.
O índice doméstico exteriorizou em um dia de repique, recuperando parte da baixa expressiva do dia anterior e retornando à casa dos 116 mil pts. A menor aversão ao risco global no dia adveio de uma percepção dos agentes que neste momento pode ter sido precificado em demasia o temor em relação ao “coronavírus”.
Aparentemente, nada está definido ainda em relação a esta doença, que partiu da China e que já se tem notícia que alcançou ao menos 16 países. A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que enviará uma equipe para a China para avaliar a situação.
Em suma, houve uma pausa no sobressalto inicial do mercado, com algumas recomposições de posicionamentos hoje. Desde cedo, os futuros dos índices acionários de Nova York operavam em alta e os ganhos das bolsas de Wall Street ajudaram a impulsionar outros mercados bursáteis pelo mundo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1940 (-0,36%). Os juros futuros curtos tiveram ajustes para cima e os intermediários e longos recuaram.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e permaneceu circundando os 116 mil pts (+1,32%) até por volta das 15h30min. Depois, avançou um pouco mais em direção ao fechamento. Os papéis da Petrobras, que haviam colaborado para as recentes baixas, avançaram. As ações da Vale da B3 também performaram positivamente.
O Ibovespa fechou aos 116.478 pts (+1,74%), acumulando -1,60% na semana, +0,72% no mês (e no ano) e +22,04% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 20,2 bi, sendo R$ 18,1 bi no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 23 de janeiro (último dado disponível), a Bovespa teve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,752 bi, com o saldo negativo indo a -R$ 13,037 bi no mês.
Agenda Econômica.
No Brasil, o INCC-M subiu a 0,26% em janeiro versus +0,14% em dezembro - consenso em +0,20%, acumulando +3,99% em 12 meses. A dívida federal total passou a R$ 4,248 trilhões em dezembro de 2019 ante R$ 4,205 trilhões em novembro.
Nos EUA, a prévia de dezembro dos pedidos de bens duráveis mostraram variação de +2,4% contra -3,1% em novembro, acima do consenso de +0,3%. O índice de confiança do consumidor do Conference Board subiu a 131,6 pts em janeiro frente aos 126,5 pts em dezembro – consenso em 128,0.
Câmbio e CDS
O dólar comercial (interbancário) chegou a oscilar em alta na primeira parte dos negócios. Todavia, na parte da tarde, cedeu,seguindo o comportamento da divisa no mercado internacional.
A divisa terminou cotada a R$ 4,1940 (-0,36%), acumulando +0,24% na semana, +4,54% no mês (e no ano) e +11,35% em 12 meses, O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou para 99 pts versus 105 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros mais curtos denotaram correção de posicionamentos, após as baixas da véspera. Já os vencimentos intermediários e longos acompanhou o melhor cenário externo e o recuo do dólar. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2021 em 4,34% de 4,32;
DI janeiro/2022 em 4,95% de 4,92%;
DI janeiro/2023 em 5,50% de 5,51%;
DI janeiro/2025 em 6,21% de 6,27%;
DI janeiro/2027 em 6,60% de 6,66%.
Agenda.
Brasil: Taxa de inadimplência de empréstimos pessoais, IGP-M, Taxa de desemprego, Resultados primário e nominal do setor público;
EUA: Balança comercial, Estoques no atacado, Estoques de varejo, FOMC – decisão de juros, PIB, Consumo pessoal, PCE - núcleo, Sentimento Univ de Mich,
Alemanha: IPC;
França: PIB, IPC;
Reino Unido: Juros - Boe (Bank of England);
Zona do euro: PIB;
Japão: IPC, taxa desemprego, Prod, industrial;
China: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 28.01.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos