LOJAS AMERICANAS - Resultado no 1º Trimestre/2020
Em linha com expectativas;
Não recorrente impactando a margem líquida
O resultado referente ao 1T20 das Lojas Americanas veio neutro, ao nosso ver.
Apesar da controladora ter conseguido manter 70% de suas lojas físicas abertas após a decretação de medidas de isolamento social por estados e municípios, a companhia não passou incólume aos desafios impostos pela pandemia do Covid-19.
Não obstante as dificuldades enfrentadas, o resultado veio em linha com as nossas estimativas e praticamente estável na comparação anual, exceto pela margem líquida, a qual foi afetada negativamente por um evento não recorrente a seguir explicado.
Mantemos nossa recomendação Market Perform e preço-alvo 20E em R$ 24,50 até incorporarmos os resultados deste trimestre.
Desempenho econômico-financeiro.
A receita líquida atingiu R$ 2,4 bi, um crescimento de 4,3% a/a com vendas mesmas lojas de 1,7%. O desempenho das vendas foi afetado negativamente pelo fechamento de cerca de 30% das lojas físicas a partir da 2ª quinzena de março, em especial das lojas localizadas em shopping centers.
Vale observar que, se considerarmos apenas as lojas de rua, o crescimento de vendas mesmas lojas teria sido de 6,5% no trimestre, refletindo uma performance positiva.
Outro impacto negativo decorrente do Covid-19 diz respeito à queda da margem bruta na comparação anual em -0,6 p.p., devido à necessidade de adequação do sortimento oferecido nas lojas em função da mudança de comportamento do consumidor.
Não obstante a queda da margem bruta, a margem EBITDA ajustada manteve-se flat em 20,8% na comparação anual, graças ao rígido controle das despesas da companhia.
Em relação à margem líquida, apesar de negativa, veio 0,3 p.p. superior a/a. Se, por um lado, a margem líquida foi favorecida por um resultado financeiro líquido menor em decorrência da queda da taxa Selic, por outro, ela foi negativamente impactada por uma despesa não recorrente da ordem de R$ 32,1 milhões, relacionada ao provisionamento por eventual desvalorização de estoque.
Excluído esse evento não recorrente, a margem líquida teria atingido -0,7%, ainda 0,9 p.p. inferior às nossas estimativas, em razão de uma alíquota de imposto de renda superior à esperada.
Endividamento.
A relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado da companhia atingiu 1,4x neste trimestre, ante 1,1x no mesmo período do ano anterior, com o endividamento líquido aumentando R$ 1,3 bilhões em função da redução das disponibilidades e manutenção do endividamento, dada a estratégia de intensificação do fluxo de antecipação de recebíveis de cartão de crédito e o adiamento do pré-pagamento de dívidas, visando à manutenção e reforço de caixa em um cenário de maiores incertezas.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho das LOJAS AMERICANAS no 1º trimestre/2020, elaborado por GEORGIA JORGE, analista senior do BB Investimentos.
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