Diário do Mercado na 2ª feira, 27.07.2020
Ibovespa avança apoiado em pacote nos EUA e visão de Selic menor
Análise por HAMILTON MOREIRA ALVES CNPI-T,
e RICHARDI FERREIRA, CNPI,
do BB Investimentos.
Comentário.
O índice brasileiro abriu ascendente, com o ímpeto ditado pelas altas dos índices futuros das bolsas de Nova York, fechando na maior pontuação desde 4 de março de 2020 e tornando-se positivo em 12 meses. O maior apetite ao risco externo contribuiu decisivamente para a elevação doméstica no dia.
O avanço interno também foi favorecido pela maior consolidação da percepção dos agentes de novo recuo da taxa básica de juros (Selic) na decisão do Copom em 5 de agosto próximo, em 25 pontos-base, para um novo piso histórico de 2,00% a.a.
Nos EUA, um outro pacote em torno de US$ 1 trilhão de dólares do governo local, que inclui dinheiro para pessoas físicas e para mais seguro-desemprego, impulsionou os índices acionários norte-americanos.
Ademais, os analistas preveem resultados de empresas na temporada atual mais promissores do que aqueles pessimistas projetados anteriormente para grandes balanços, ainda nesta semana.
Internamente, também serão divulgados os balanços do segundo trimestre de 2020 da Petrobras, da Vale e do Bradesco, companhias entre aquelas de maiores pesos no Ibovespa.
Enfim, mais uma vez, as injeções de liquidez pelos governos (e bancos centrais) nos mercados têm sido o alicerce para sustentar e fomentar o atual patamar dos mercados bursáteis de Nova York, que, por sua vez, alimentam a escalada de demais bolsas de valores pelo mundo.
O dólar comercial esteve oscilante inicialmente, mas decaiu e fechou a R$ 5,1580 (-0,92%). Os juros futuros caíram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice avançou firmemente até por volta de meio dia. A partir daí, acompanhou a trajetória do índice S&P500 ao longo do restante do pregão, mas sempre mantendo o superior deslocamento positivo já obtido. Ponderadamente, destaque de alta para os papéis do setor de bancos.
O Ibovespa fechou aos 104.477 pts (+2,05%), acumulando +9,91% no mês, -9,66% ano e +1,61% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 28,6 bilhões, sendo R$ 25,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 23 de julho, a Bovespa apresentou saída líquida de R$ 267,537 milhões, acumulando retirada de R$ 4,507 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 81,102 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar navegou ao redor da estabilidade inicialmente, mas cedeu depois das 11h, acompanhando o seu desempenho de desvalorização no mercado internacional, por conta do novo pacote de estímulos do governo norte-americano.
A moeda terminou cotada a R$ 5,1580 (-0,92%), acumulando -4,92% no mês, +28,56% no ano e +36,74% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 222 pts ante 228 da sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros baixaram como um todo, com realce para a parte intermediária de sua curva de estrutura a termo. Os investidores prosseguem precificando cada vez mais chance de corte de 25 pts-base na taxa Selic na decisão do Banco Central na próxima semana, para novo piso histórico de 2,00% a.a. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 2,00% de 2,03%;
DI outubro/2020 em 1,97% de 1,99%;
DI Janeiro/2021 em 1,93% de 1,95%;
DI janeiro/2022 em 2,74% de 2,82%;
DI janeiro/2023 em 3,78% de 3,85%;
DI janeiro/2025 em 5,34% de 5,43%;
DI janeiro/2027 em 6,26% de 6,33%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 27.07.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, integrantes do BB Investimentos.
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