Mercado - Fechamento em 28.09.2020
Mercado Externo
Mercados encerram o dia com viés majoritariamente positivo, com acordo no setor bancário europeu e esperança no avanço para mais estímulos fiscais nos EUA
► No exterior, os mercados mostraram bom humor sustentados pela declaração da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, de haver chance de um acordo sobre pacote fiscal com o governo. Segundo ela, a oposição aceita ficar abaixo dos US$ 3,4 trilhões antes almejados, destacando que o público precisará ver porque US$ 2,2 tri ou US$ 2,4 tri são necessários agora.
► Os sinais de um agravamento da pandemia na Europa como também nos EUA não foram suficientes para mudar o ânimo dos investidores. Nos EUA ultrapassaram oficialmente 204.000 mortes, após um aumento em novos casos diários.
► Na Europa, as ações fecharam em alta, em recuperação das perdas significativas na semana passada. O setor bancário foi o destaque de alta, com a notícia de que o setor financeiro de Londres fez um acordo entre a CVM europeia e o Banco da Inglaterra (BoE) para manter suas câmaras de compensação como peça fundamental dos negócios da parte continental da Europa até meados de 2022
► Loretta J Mester, presidente do Fed Cleveland, disse que a recuperação dos EUA ainda é frágil e acontece apenas em alguns setores e que a política monetária continuará acomodatícia por algum tempo. Também reiterou, como os demais dirigentes do Fed, que a economia precisará de mais apoio fiscal.
► Bolsas: Em NY, os 3 principais índices estenderam a recuperação esta tarde e fecharam em alta forte, impulsionados pelos setores de tecnologia, energia e financeiro, após sinais de retomada das discussões por mais apoio fiscal. Na Europa, os índices se recuperaram puxados pelo setor bancário, fecharam com fortes ganhos.
► Juros: as yields dos treasuries ficaram mistas, com os prazos médios (2Y e 5Y) em queda, enquanto os curtos e longos fecharam em leve alta.
► Câmbio: O índice Dólar DXY fechou em queda, com dólar enfraquecido ante euro, libra e iene. Entre as emergentes, o dólar ficou dividido, embora majoritariamente forte.
Mercado Interno
Fonte de financiamento do programa Renda Cidadã derruba mercados
► No Brasil, os mercados operavam voláteis nas primeiras horas de negócio, enquanto os agentes seguiam atentos ao exterior e no aguardo de novas informações sobre reformas, programas sociais e questões fiscais. Até o anúncio do uso de precatórios para financiar o Renda Cidadã.
► A partir deste anúncio o que se viu foi um mercado em modo de stop (perdas), potencializando as preocupações fiscais e com o risco de ilegalidade da proposta. Enquanto técnicos e alguns parlamentares anunciavam que a limitação do pagamento de precatórios poderia liberar até R$ 40 bilhões, outros congressistas e analistas ressaltavam que a ação não seria uma solução definitiva, apenas adiando a falta de recursos para 2022 e que a questão fiscal parece ser muito mais grave do que se imaginava.
► Fato é que a proposta ampliou ainda mais as tensões nos mercados, que sofreram queda vertiginosa no final do pregão, descolando-se do exterior.
► Por fim, o cronograma da reforma tributária deve ser novamente adiado por falta de apoio.
► Dólar: fechou em forte alta frente ao real, cotado em torno de R$ 5,66, em dia de movimento misto da divisa americana contra emergentes. As incertezas fiscais e o cenário de juros baixos seguem adicionando pressão na moeda doméstica.
► Juros: também fecharam em forte alta, mais intensamente nos vértices médios e longos, com reação negativa do mercado diante da ideia dos precatórios e alta do dólar.
► Ibovespa: fechou em queda, descolado dos pares em NY. O índice brasileiro perdeu o patamar dos 95 mil pontos e encerrou o pregão próximo às mínimas.
Confira no anéxo a íntegra do relatório preparado a respeito, por ROGER MARÇAL, Gerente, LUIZ CLAUDIO ARRAES LIBERALI e RÔMULO RAMOS ALVES.
do BB-DIMEF Cenários Financeiros