Diário do Mercado na 4ª feira, 29.07.2020
Ibovespa avança acompanhando tendência externa
Comentário.
O índice brasileiro já abriu positivo, influenciado pelas elevações dos índices futuros das bolsas de Nova York. No dia, o evento aguardado pelos investidores era a postura do Fed, após sua decisão sobre a taxa de juros norte-americana.
Como esperado, o Fomc manteve a taxa em seu piso histórico, no intervalo entre 0,00% e 0,25%. Favoravelmente, o comunicado do órgão foi reforçado pelo discurso logo em seguida de seu presidente, Jerome Powell, que destacou que utilizará todas as ferramentas que dispõe pelo tempo necessário para dar suporte à atividade econômica nos EUA, garantindo também o fluxo de crédito que for preciso, mas salientou que é vital conter a pandemia do coronavírus.
Enfim, o pronunciamento foi bem recebido pelos agentes, com a percepção que a taxa de juros ficará baixa por período prolongado e que tudo será feito para que a recuperação econômica ocorra o mais breve possível, além de passar a percepção que o Fed poderá injetar mais liquidez, caso necessário.
Assim, houve aumento do apetite ao risco pelos investidores, que deu sustentação para manter os ganhos nos índices acionários de Nova York, que contagiaram positivamente os demais mercados bursáteis pelo mundo.
O dólar comercial chegou a estar em baixa pela manhã, mas subiu de tarde, fechando em R$ 5,1710 (+0,29%). Os juros futuros curtos recuaram e os longos subiram.
Ibovespa.
O índice operou ao redor de +0,7% após sua abertura, avançando gradualmente mais depois da conduta declarada do Fed.
O Ibovespa fechou aos 104.605 pts (+1,44%), acumulando +3,15% na semana, +11,10% no mês, -8,68% ano e +2,05% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 28,2 bilhões, sendo R$ 25,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 27 de julho, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 896,540 milhões, acumulando retirada de R$ 5,829 bilhões no mês. Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 82,333 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de inadimplência de empréstimos pessoais baixou para 5,2% em junho versus 5,5% em maio – dado bem recebido pelo mercado.
Nos EUA, as vendas de casas pendentes subiram 16,6% em junho, após alta de 44,3% em maio, bem como avançaram 12,7% em comparação com junho do ano passado, depois de terem caído -10,4% em maio de 2020 em relação a maio de 2019.
Câmbio e CDS.
O dólar chegou a oscilar em baixa pela manhã, mas subiu de tarde, sendo o sexto pregão seguido que segue flutuando ao redor de R$ 5,17.
A moeda fechou cotada a R$ 5,1710 (+0,29%), acumulando -0,67% na semana, -4,68% no mês, +28,89% no ano e +36,69% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 221 pts ante 224 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros tiveram um dia de ajuste. As taxas curtas cederam com aumento da percepção pelos agentes que haverá corte de 25 pts-base na taxa Selic no próximo dia 5 de agosto, para seu novo piso histórico de 2,00% a.a., mas as longas subiram. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI ago/2020 em 1,99% de 2,00%;
DI outubro/2020 em 1,96% de 1,97%;
DI Janeiro/2021 em 1,92% de 1,93%;
DI janeiro/2022 estável em 2,74%;
DI janeiro/2023 estável em 3,80%;
DI janeiro/2025 em 5,38% de 5,36%;
DI janeiro/2027 em 6,29% de 6,27%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 29.07.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos
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