Santander Brasil - Resultados no 4º Trimestre/2020
Esbanjando desenvoltura
O Banco Santander Brasil entregou um sólido resultado no 4T20, com lucro líquido de R$ 3,95 bilhões (+1,4% t/t e +6,2% a/a), equivalente a um ROAE de 20,3%. No ano, o lucro foi de R$ 13,8 bilhões (-5% ante 2019), com ROE de 19,5%, nível de rentabilidade que tende a ser um dos maiores do setor graças às menores despesas com provisões no ano em comparação com pares.
Olhando para 2021, vemos o banco com tudo para capitalizar o que só pode ser definido como um excelente momento: a carteira de crédito varejo opera em franca expansão e se configura predominantemente em produtos com garantias (imobiliário, consignado e veículos), dirimindo parte do risco dependente do retorno dos programas de auxílio emergencial.
Além disso, o banco exibe nível de despesas eficiente, inadimplência em patamar controlado, cobertura adequada e avanços significativos em digitalização e ESG, que o colocam na vanguarda de tais movimentos no setor. Por conta disso, mantemos por hora nossa recomendação de compra com preço-alvo em R$ 44,00.
Um dos principais destaques positivos ficou por conta do crescimento da carteira de crédito (+4% t/t e +17% a/a), com contribuição importante do segmento Micro e Pequenas Empresas, o que ajudou a compensar parcialmente a queda do spread e mix mais defensivo de crédito desenvolvido ao longo de 2021. Por conta disso e também de um uma margem financeira com o mercado (tesouraria) um pouco mais normalizada (-8% t/t e +2% a/a), a margem financeira total ficou predominantemente estável (-0,3% t/t e +1,3% a/a).
As despesas com provisões encolheram 1,2% no comparativo trimestral, sinalizando uma continuidade do processo de normalização, após a constituição de provisões extraordinárias no 2T20.
A inadimplência (NPL 90 dias) ficou em 2,2%, uma elevação marginal de 10 bps t/t, sob controle e próxima do menor patamar histórico.
A carteira de créditos renegociada por conta da pandemia caiu para cerca de R$ 40 bilhões, e sua inadimplência está em 5,5%, patamar confortável já que se tratam predominantemente de créditos com garantias, com todos os vencimentos já fora do prazo de carência, ou seja, com pouco espaço para surpresas.
As receitas de serviços foram mais um destaque positivo com avanço de 8,2% t/t e 6,9% a/a, com forte contribuição de seguros e cartões, embora o dado contenha alguma contaminação por conta da sazonalidade.
Também por motivos sazonais, as despesas não decorrentes de juros avançaram 5,3% no trimestre, mas a estabilidade no comparativo anual (-0,1%) mostrou um controle de custos eficiente, ficando significativamente abaixo da inflação, e melhorando o índice de eficiência do banco em sólidos 164 bps no período.
Proventos.
O Santander anunciou, na data de ontem (02/fev), o pagamento de dividendos intercalares de R$ 0,1374 por unit aos acionistas constantes na base acionária até 15/fev, com data efetiva de pagamento em 3/mar.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
RAFAEL REIS, analista do BB INVESTIMENTOS
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