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Investimentos

Domingo, Dia 21 de Fevereiro de 2021 as 13:02:58



USIMINAS - Resultado no 4º Trimestre/2020: ROBUSTOS


USIMINAS - Resultados no 4º trimestre/2020
 
Resultados robustos em meio a um cenário mais favorável; novo preço-alvo
 
Os resultados do 4T20 apresentados pela Usiminas foram bastante robustos, em nossa opinião. Favorecida pelo cenário de demanda e preços elevados de minério de ferro, bem como pelo reaquecimento da siderurgia no mercado interno, com reajustes de preços de aço, a companhia atingiu recorde trimestral de receita líquida (R$ 5,5 bilhões) e EBITDA (R$ 1,6 bilhão). 
 
Os resultados consolidados do ano de 2020 foram positivos, de forma geral, e também apresentaram recorde em volume de vendas de minério de ferro (8,7 Mt), receita líquida (R$ 16,1 bilhões) e EBITDA (R$ 3,2 bilhões). As perspectivas para o setor e para a empresa devem continuar favoráveis ao longo de 2021, diante da esperada retomada econômica e continuidade da atividade industrial.
 
Aproveitamos a divulgação dos resultados para atualizar nosso modelo e apresentar nosso preço-alvo 2021e para USIM5 de R$ 16,00/ação, com recomendação Neutra.
 
Mineração a todo vapor. 
 
A demanda elevada de minério de ferro, sobretudo na China, propiciou preços recordes para a commodity no 4T20. A Usiminas aproveitou a dinâmica favorável do segmento, registrando volume de produção e vendas de minério de ferro recordes no ano de 2020 (8,7 Mt em ambos, com altas de + 18% e +1%, respectivamente). Destaque para as exportações de minério de ferro, que somaram 5,9 Mt (+ 28% no ano). A receita líquida de mineração totalizou R$ 3,9 bilhões em 2020 (+94% em relação ao ano anterior). 
 
No 4T20, o volume de produção foi de 2,2 Mt e de vendas 2,3 Mt, com redução de 3% e 1%, respectivamente, em relação ao 3T20. No entanto, preços de minério de ferro superiores mais do que compensaram os volumes ligeiramente menores, resultando em uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão no 4T20 (+26,3% t/t). O EBITDA Ajustado do segmento atingiu R$ 2,2 bilhões em 2020 (+196% a/a), com margem de 57% (+20 p.p. em relação a 2019), sendo R$ 958 milhões no 4T20 (+48,7% t/t e recorde trimestral), com margem de 67,8% (+10 p.p. em relação ao 3T20).
 
Recuperação da siderurgia no mercado interno. 
 
Após apresentar desaquecimento no primeiro semestre de 2020, a siderurgia brasileira mostrou uma importante recuperação com a retomada de alguns setores (ex: construção civil) e a necessidade de recomposição de estoques de aço pela indústria.
 
Segundo o Instituto Aço Brasil, o consumo de aço cresceu 1,2% no ano. Após acompanhar o fraco desempenho do mercado no primeiro semestre de 2020, o segmento de siderurgia da Usiminas capturou parte da dinâmica positiva do setor na segunda metade do ano. No acumulado do ano, o volume de produção recuou 15,4%, para 2,8 Mt, e o volume de vendas reduziu 9,3%, para 3,7 Mt. 
 
Apesar disso, reajustes de preços implementados no 4T20 contribuíram para compensar parcialmente a redução de volumes; assim, em 2020, a receita líquida encerrou em R$12,4 bilhões (-2,7% a/a). A empresa atingiu um volume de vendas de 1,1 Mt de aço no 4T20, maior patamar desde 2015 e +21,4% t/t, sendo mais de 96% destinado ao mercado interno. A receita líquida foi de R$ 4,2 bilhões (+38% t/t), impulsionada também por preços de aço maiores, em função dos reajustes mencionados. O EBITDA Ajustado foi de R$ 1 bilhão em 2020 (-6,6% a/a), com margem de 8,3% (-0,4 p.p. em relação a 2019), e de R$ 605 milhões no trimestre (+286% t/t), com margem de 14,4% (+9 p.p. em relação ao 3T20).
 
Desempenho financeiro.
 
O resultado financeiro foi impactado positivamente pela variação cambial no 4T20, que, apesar de não ter efeito caixa, contribuiu para reverter parcialmente as perdas cambiais registradas nos trimestres anteriores. Assim, o lucro líquido do trimestre atingiu R$ 1,9 bilhão (+866%t/t), e R$ 1,3 bilhão em 2020 (+243% a/a e o maior lucro anual desde 2010).
 
A forte geração de caixa operacional contribuiu para que a empresa encerrasse o ano com R$ 4,9 bilhões em disponibilidades, maior patamar dos últimos 10 anos.
 
Apesar dos impactos da variação cambial sobre a dívida, o endividamento líquido reduziu de R$ 3,2 bilhões em 2019 (1,6x EBITDA) para R$ 1,1 bilhão em 2020 (0,3x EBITDA). Os investimentos somaram R$ 600 milhões, em linha com a estimativa da empresa para o ano, após revisão do valor anterior de R$ 1 bilhão para readequar os desembolsos em função da crise.
 
Guidance. 
 
Além dos resultados, a companhia divulgou algumas projeções para 2021: 
 
(i)   CAPEX de R$ 1,5 bilhão (dos quais R$ 1,2 bilhão destinado a siderurgia, 50% para a reforma do Alto Forno 3 e 50% para manutenção); 
(ii)   despesas financeiras líquidas de R$ 300 milhões; 
(iii)  volume de vendas de minério de ferro entre 8,5 e 9,0 Mt em 2021; e 
(iv)  volume de vendas de aço de 1,1 a 1,2 Mt no 1T21. 
 
Entendemos que, diante das perspectivas positivas para ambos os segmentos em 2021, as expectativas da Usiminas são, em geral, factíveis, e foram levadas em consideração na atualização de nosso valuation.
 
ESG. Diante da crescente relevância do tema, a Usiminas vem buscando ampliar as práticas voltadas para aspectos ESG em sua estratégia. Em 2020 foi criada a Gerência Geral Corporativa de Sustentabilidade, que reporta diretamente à Presidência da empresa, para integrar todas as ações em andamento e a intensificar a agenda ESG para o futuro. Também foi estabelecido o Comitê de Sustentabilidade, com membros da alta liderança, reforçando a importância que o tema deverá ganhar na companhia.
 
Entre as ações já em curso, estão os projetos de descaracterização da barragem central e o início da utilização do método de filtragem e empilhamento a seco na mineração. Ainda entre as metas do quesito ambiental, está a realização do inventário de emissões de carbono em 2021. No pilar social, a empresa tem focado os aspectos de diversidade e inclusão, com metas para aumento da participação de mulheres na companhia.
 
A consultoria Refinitiv atribui o rating ESG B à Usiminas, sendo B- no pilar Ambiental, B no pilar Social e B no pilar Governança. Apesar de as metas e as ações apresentadas nos parecerem tímidas em comparação a outras empresas, os avanços na criação de equipe e comitê voltados ao tema podem representar um passo importante para a Usiminas em direção às melhores práticas ESG no futuro.
 
Revisão de Preço
 
Tese de Investimento  -  Nossa tese de investimento para a Usiminas considera: 
 
(i)  demanda por aço no mercado interno aquecida em 2021, em função da recuperação da indústria; 
(ii)  segmento de mineração deve continuar altamente rentável no curto prazo, diante de preços favoráveis de minério de ferro; 
(iii)   posição relevante da companhia nos segmentos de atuação, com operações integradas; e 
(iv)  disciplina financeira da empresa e redução da alavancagem, fatores que fortalecem a posição da Usiminas frente aos concorrentes, bem como propiciam um ambiente positivo para seus investimentos.
 
Riscos.
 
Dentre principais os riscos que podem afetar nossas projeções, destacamos:
 
(i)   recuperação econômica aquém do esperado; 
(ii)  queda significativa nos preços internacionais de minério de ferro; e 
(iii) aumento de importações de aço, inflando a oferta no mercado interno e limitando novos reajustes de preços.
 
Valuation
 
Nosso modelo utiliza a metodologia de fluxo de caixa da firma descontado, em termos nominais, com uma taxa de perpetuidade (g) de 3,0% e um WACC de 10,4%. Com relação aos volumes de vendas, assumimos para o minério de ferro uma média de 8,8 Mt para 2021-2023. Na siderurgia, consideramos volume de vendas de aço de 3,9 Mt (2021), 4,0 Mt (2022) e 4,1 Mt (2023). 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da USIMINAS no 4º trimestre/2020 elaborado por MARY SILVA, analista do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: MARY SILVA, analista do BB Investimentos





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