SANTANDER BRASIL - Resultado no 3º Trimestre/2021
Por Rafael Reis, CNPI-P
do BB Investimentos
Voando próximo do sol
O Santander Brasil entregou um resultado que consideramos positivo no 3T21, com lucro líquido recorrente de R$ 4,34 bilhões, equivalente a um ROE de 22,4% - o maior trimestral da história do banco.
Na abertura, vimos favorecimento por forte margem financeira com clientes e tesouraria, bom crescimento de receitas de serviços e despesas majoritariamente sob controle, enquanto despesas de PCLD, em contraponto, se elevaram em ritmo maior do que a margem financeira bruta.
Perspectivas.
Em nossa visão o Santander está colhendo os frutos de uma postura mais ousada em relação ao mix de crédito e expansão de negócios assumida ao longo da pandemia. Não apenas o banco exibe crescimento de carteira concentrado nos segmentos mais rentáveis (PFs e PMEs), mas também chama a atenção a forte expansão da base de clientes (+1,5 milhão t/t), 70% conquistada via canais digitais, o que consideramos positivo.
Do lado das despesas, vemos boa dinâmica, ainda que no trimestre alguma pressão advinda do dissídio, inflação e câmbio tenha sido exercida, mas não o suficiente para ofuscar o índice de eficiência, que se elevou ligeiramente, mas permanece um dos melhores – se não o melhor - do setor.
Em contrapartida, é possível observar nitidamente o processo de normalização dos níveis de custo de crédito (2,9% no trimestre), inadimplência (2,4%) e cobertura (248%), caminhando para níveis pré-pandemia. Isso pode continuar sendo favorável caso a retomada econômica se dê com um menor nível de atrito, com as receitas se mantendo capazes de compensar a maior alavancagem, porém a deterioração de expectativas ocorrida ao longo dos últimos meses acende uma luz amarela em nosso radar, com tais vantagens potencialmente se transformando em maiores riscos.
Preço-alvo e recomendação.
Mantemos nosso preço-alvo de R$ 52,00 para o final de 2022, o que representa um potencial de valorização de 48,83% com base no preço atual, e a recomendação de compra.
Destaques do Resultado
► Consideramos positivos: A margem financeira bruta, que cresceu 8,9%, favorecida por ambos clientes (+5,4%) e mercado (+29,4%). A carteira de crédito, que observou bom crescimento no trimestre (+2,4%) favorecida especialmente pelos segmentos varejo (PF e PMEs). Finalmente, as receitas de comissionamento, que se elevaram 2,8% no trimestre, capitaneadas por cartões e mercado de capitais.
► Consideramos neutro: As despesas gerais, mesmo pressionadas por inflação, câmbio e o dissídio permaneceram sob controle, com variação anual (7,1%) aquém da inflação. Destaque para a linha Outras receitas e despesas, que engloba itens extraordinários e voláteis, que neste trimestre prejudicou, mas foi compensada no resultado final pela menor alíquota de imposto.
► Consideramos negativos. A despesa com PCLD escalou 10,6% t/t e 26,1% a/a, acima do crescimento da carteira de crédito e da margem financeira bruta.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito, elaborado por
RAFAEL REIS, CNPI-P, do BB Investimentos