Comportamento do mercado financeiro em 28.08.2015
O Ibovespa iniciou decaindo, parecendo que seria um pregão todo de baixa, mas, apresentou trajetória errática ao longo do dia. O índice melhorou com a abertura próxima da estabilidade do Dow Jones, porém, a partir da primeira hora da tarde, gradualmente, foi aumentando seu declínio até o fechamento.
No cenário doméstico, os agentes foram digerindo durante a sessão do dia os dados referentes ao PIB e os resultados primário e nominal do governo central. Entre as blue chips, as ações da Petrobras contribuíram positivamente, mas, os papéis da Vale e do setor de bancos foram determinantes para a baixa no dia.
Ademais, o Ibovespa em dólar encerrou em 13.160 pts (13.088 pts na semana passada), junto ao fundo registrado em outubro de 2008, durante a crise do subprime. O Índice brasileiro em dólar ainda se mantém no chamado "Bear Market" – fechando abaixo do ponto médio (50%) entre sua mínima e sua máxima.
Nos EUA, neste momento, o “Efeito China” se esvaiu, mas, os investidores se voltaram novamente para a possibilidade do início do ciclo de alta de juros pelo Fed, talvez, ainda em setembro próximo, apesar de, neste momento, a probabilidade implícita dos Fed Funds sinalizarem 62% para manter a taxa atual, contra alta de 25 bps, para 0,50% a.a. Assim, os índices das bolsas de Nova York não se alavancaram, encerrando em direções opostas, não distantes da estabilidade.
No índice, os setores com mais fracos desempenhos foram: Bancos; Siderurgia/Mineração; Holding Financeira; e Serviços Financeiros. Destaques individuais negativos ponderados para: ITUB4 (R$27,53; -2,86%; giro R$463 MM); BBDC4 (R$24,03; -2,59%; giro R$333 MM); ITSA4 (R$7,52; -3,22%; giro R$168 MM); CIEL3 (R$39,17; -1,95%; giro R$131 MM); e VALE3 (R$17,31; -2,15%; giro R$110 MM).
O índice doméstico fechou aos 47.153 pts (-1,18%), acumulando +3,14% na semana, -7,29% no mês, -5,71 no ano e -21,79% em 12 meses. Preliminarmente, o giro da Bovespa foi de R$6,91 bi (R$6,67 bi no mercado à vista), com o Ibovespa em R$5,48 bi.
Câmbio
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$3,5830 (+0,56%), acumulando +2,58% na semana, +4,86% no mês, +34,95% no ano e +59,74% em 12 meses.
Juros Futuros
Nos Juros futuros (DI), em relação a ontem e uma semana atrás, a curva da estrutura a termo da taxa de juros denotou pequena elevação em prazo intermediário (entre DI out/16 a DI abr/18), mas, praticamente, não se mexeu no longo prazo, retornando, praticamente, ao patamar anterior do início do “Efeito China”.
Indicadores.
No Brasil, o PIB 2T15 mostrou retração de 1,9% em relação ao PIB 1T15 e contração de 2,6% em comparação ao PIB 2T14. O dado do PIB 1T15 foi revisto para -0,7%, de -0,2% anunciado anteriormente. Assim, o País entrou em “recessão técnica”.
O resultado primário registrou déficit de R$10,019 bilhões em julho, ante -R$9,323 bilhões em junho, reduzindo o saldo acumulado no ano para R$6,205 bilhões em 2015 (0,19% do PIB), versus R$24,665 bilhões nos sete primeiros meses de 2014. Já em 12 meses, o indicador totalizou saldo negativo de 50,996 bilhões (0,89% do PIB). O resultado nominal apresentou déficit de R$72,772 bilhões em julho, ante R$36,256 bilhões em junho, acumulando saldo negativo de R$ 282,418 bilhões no ano (8,47% do PIB) e déficit de R$503 bilhões em 12 meses (8,78% do PIB).
Nos EUA, o núcleo do PCE (Personal Consumption Expenditures) – inflação monitorada pelo Fed - variou +1,24% (A/A) em julho, versus +1,30% em junho – consenso em +1,2%.
Agenda da semana – Destaques (28) (vide pg.3)
No Brasil, resultados primário e nominal, IGP-M, e PIB 2T15;
nos EUA, núcleo PCE (inflação) (28);
no Japão, produção industrial (30); e
na China, lucros industriais (27).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado em 28.08.2015, 6ª feira, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVS, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS
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