Comportamento do Mercado Financeiro em 22.09.2015, 3ª feira
Ibovespa em Queda, colado nas bolsas de Nova York e da Europa
O Ibovespa teve abertura cadente e operou ao longo de todo o pregão em campo negativo. O índice seguiu no curso das trajetórias minguantes das bolsas de Nova York e da Europa, batendo na mínima do dia em 45.276 pts (-2,82%).
Entretanto, do meio da tarde em diante recuperou boa parte do terreno perdido, apoiado em alguma reação, mesmo que em baixa, do Dow Jones e nas “zeragens” das posições inicialmente vendidas.
Assim como ontem, a subida da aversão ao risco pesou sobre o índice brasileiro. O CDS de 5 anos do Brasil, utilizado pelo mercado como referência de risco, ascendeu a 465 pts, subindo 37 pts em relação ao fechamento de 428 pts da 2ª feira 21.09.
No cenário internacional, em dia de agenda esvaziada, o humor prosseguiu piorando, com os investidores digerindo um pouco mais as revelações da tarde de ontem do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, que tem direito a voto na decisão do FOMC, entre as quais que o Fed deriva para iniciar o ciclo de aperto monetário ainda este ano (faltam duas decisões: 18 de outubro e 16 de dezembro) e que a conjuntura da China não seria um empecilho maior.
Na semana passada a presidente do Fed, Janet Yellen, já havia deixado a porta aberta para possível alta de juros até o final de 2015. Enfim, as preocupações sobre os emergentes se acentuaram.
Ibovespa
No Ibovespa, os setores com piores desempenhos foram: Petróleo/Petroq.; Siderurgia/Mineração; Educação; e Telefonia.
Destacaram-se ponderadamente,
PETR4 (R$6,97; -4,52%; giro R$ 459 MM);
KROT3 (R$7,64; -7,95%; giro R$ 542 MM);
PETR3 (R$8,35; -3,13%; giro R$ 91 MM);
VALE5 (R$15,35; -2,23%; giro R$ 382 MM); e
VALE3 (R$19,46; -2,36%; giro R$ 157 MM);
O índice doméstico fechou aos 46.264 pts (-0,70%), acumulando -2,11% na semana, -0,77% no mês, -7,48% no ano e -18,57% em 12 meses.
Preliminarmente, o giro da Bovespa foi de R$6,83 bi (R$6,62 bi no mercado à vista), com o Ibovespa em R$5,89 bi.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, a Bovespa mostrou entrada de capital externo de R$213,4 MM no último dia 18, com saldo negativo de R$308,4 MM em setembro, mas, R$17,966 bilhões em 2015.
Câmbio e Juros Futuros
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$4,0500 (+1,84%), acumulando +11,48% no mês, +52,54% no ano e +69,10% em 12 meses.
Nos Juros futuros (DI), as taxas seguiram ascendentes, levantando como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros, destacadamente a partir do DI out/17. A elevação da aversão ao risco influiu no comportamento do dia.
Indicadores
No Brasil, No Brasil, o IPCA-15 (considerado como uma prévia para o IPCA fechado do mês) variou +0,39% em setembro, versus +0,43% em agosto – praticamente em linha com o consenso de mercado, em +0,38%. O indicador passou a acumular +7,78% no ano e +9,57% em 12 meses (+9,57% em agosto).
O déficit em conta corrente foi de US$2,487 em agosto, versus -US$5,721 bilhões em julho (dado revisto de -US$6,163 bilhões), passando a acumular -US$46,148 bilhões no ano e -US$84,5 bilhões em 12 meses (4,34% do PIB).
O investimento estrangeiro direto registrou saldo positivo de US$5,246 bilhões em agosto, ante US$5,993 bilhões em julho (dado revisto de US$5,994 bilhões), acumulando agora US$42,169 bilhões no ano e US$73,6 bilhões em 12 meses (3,71% do PIB).
As reservas internacionais situaram-se em US$370,6 bilhões em agosto. A dívida externa estimada alcançou US$346 bilhões em agosto, com US$287,1 bilhões no longo prazo e US$58,9 bilhões no curto prazo (até 1 ano).
Agenda da semana (vide pg. 3 do relatório anexo)
O destaque maior é a revisão do PIB2T15 dos EUA, na próxima sexta-feira (25).
Confira no anexo a íntegra do Relatório de Mercado de 22.09.2015, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS