Cenário internacional prosseguiu trazendo instabilidade para bolsas
Há a necessidade do surgimento de alguma notícia positiva nova, para tentar reverter a atual tendência declinante das bolsas pelo mundo e que venha a contagiar os investidores no mercado doméstico também.
O Ibovespa encerrou aos 45.059 pts, com recuo de 3,36% em setembro, acumulando -9,89% no ano e -16,73% em 12 meses. Preliminarmente, o giro médio diário foi de R$6,95 bilhões, com alta de 8,7% ante os R$6,39 bilhões em agosto.
O índice principiou e se manteve oscilante com tendência ascendente até o dia 17, quandoatingiu a máxima mensal em 49.395 pts (+5,94% no mês). A partir daí, denotou rápida tendência descendente e bateu na mínima mensal no dia 28, em 43.766 pts (-6,13% no mês), tendo apresentado repique nos dois últimos pregões, apoiado no dito “efeito final de mês” (e do trimestre) e no avanço final dos papéis da Petrobras, que subiram por conta do aumento dos preços da gasolina e do diesel. A Bovespa, até o último dia 28, contabilizou saldo negativo de R$476,703 milhões em setembro (-R$3,314 bilhões em agosto e -R$568 milhões em julho), mas, acumulando R$17,181 bilhões em 2015.
No índice, os setores com mais fracos desempenhos foram:
Petróleo/Petroquímico;
Bancos; Siderurgia/Mineração; e
Telefonia.
As maiores contribuições ponderadas negativas no mês foram:
PETR4 (R$7,24; -21,22%; giro R$8,8 bilhões);
PETR3 (R$8,54; -19,59%; giro R$3,8 bilhões);
BBDC4 (R$21,42; -6,99%; giro R$6,4 bilhões);
BBSE3 (R$24,81; -13,55%; giro R$3,4 bilhões);
CCRO3 (R$12,17; -18,21%; giro R$2,2 bilhões);
PCAR4 (R$50,31; -20,77%; giro R$1,8 bilhão);
VALE3 (R$16,58; -7,48%; giro R$2,9 bilhões);
BBAS3 (R$15,2; -13,35%; giro R$3,0 bilhões);
VIVT4 (R$36,67; -8,88%; giro R$2,2 bilhões);
VALE5 (R$13,32; -5,87%; giro R$7,9 bilhões).
Externamente, as bolsas registraram perdas e também pesaram sobre o índice brasileiro: Xangai (-4,78%) - pelo quarto mês consecutivo, Frankfurt (-5,84%) - quarta perda nos últimos cinco meses, e Dow Jones (-1,47%) - em baixa pelo segundo mês seguido.
Os temas centrais dos agentes se mantiveram, com a abrupta desaceleração (“hard landing”) da economia chinesa e com o plausível início do ciclo de alta de juros pelo Fed nos EUA em 17 de setembro próximo – ratificados por declarações de membros e da presidente do órgão, Janet Yellen.
Ademais, o PIB 2T15 dos EUA variou +3,9%, acima do +3,7% da segunda prévia, ante +0,6% no 1T15.
Perspectivas
Para outubro, o cenário internacional ainda não sinaliza maiores alterações tanto em relação à questão da China, como para a percepção sobre o Fed. No panoramadoméstico, o relatório Focus do Banco Central, com as projeções de mercado, aindaprossegue mostrando deteriorações das expectativas dos agentes em relação às variáveis internas.
Por conseguinte, existe a necessidade do surgimento de alguma notícia positiva nova, para tentar reverter a atual tendência declinante das bolsas pelo mundo e que venha a contagiar os investidores no mercado doméstico também.
Enfim, o quadro não parece promissor para os mercados acionários no curto prazo.
CARTEIRA SUGERIDA - OUTUBRO 2015
ATIVO CÓDIGO SETOR PESO
1 AMBEV ON ABEV3 Alimentos e Bebidas 12,5%
2 BRADESCO PN N1 BBDC4 Bancos 12,5%
3 CIELO ON NM CIEL3 Serviços Financeiros 12,5%
4 FIBRIA ON NM FIBR3 Papel e Celulose 12,5%
5 SUL AMERICA UNIT N2 SULA11 Serviços Financeiros 12,5%
6 SUZANO ON N1 SUZB5 Papel e Celulose 12,5%
7 TAESA UNIT TAEE11 Energia Eletrica 12,5%
8 ULTRAPAR ON NM UGPA3 Petróleo/Petroquim. 12,5%
Confira no anexo a íntegra do relatório CARTEIRA SUGERIDA DE AÇÕES - Outubro/2015, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS