Mão ainda branda do Bacen nos leilões de swap cambial reverso.
Em dia de Ata do Copom e nova rodada de votação da PEC 241, mercado alinha-se ao exterior e cede, segurado pela Vale.
Nesta terça-feira o mercado acionário brasileiro refletiu a cautela dos investidores em dia marcado pela Ata do Copom, movimentação na cena fiscal, com início da votação do segundo turno da PEC 241 na câmara, bem como volatilidade do dólar, recuo do petróleo e da maioria das bolsas mundiais frente a balanços corporativos aquém do esperado divulgados
na data.
Ibovespa
O Ibovespa até principiou ascendente, porém logo adentrou território negativo onde manteve-se pelo restante do certame, vindo a encerrar aos 63.866 pts (-0,30%), acumulando agora variações de -0,38% na semana, +9,42% no mês e +47,33% no ano.
O comportamento positivo das ações da Vale (VALE5: R$ 20,42; +6,52%), refletindo disparada da cotação do minério de ferro foi o destaque do dia, e sua boa performance impediu o benchmark da bolsa brasileira de findar o dia mais profundamente no vermelho.
Dando continuidade ao bom fluxo financeiro percebido em outubro, no último dado disponível (21/outubro), houve entrada de recursos estrangeiros líquidos na bolsa de R$ 140 milhões, elevando os saldos a R$ 3,29 bilhões em outubro e a R$ 16,34 bilhões no ano.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, a ata do Copom tomou os holofotes. No documento, que trouxe os pormenores que embasaram a opção por parte do comitê na semana passada pelo corte de 25 pontos base na Selic, observou-se em linhas gerais uma reafirmação do comunicado que acompanhou a definição na quarta-feira passada.
Ainda que a autoridade monetária evidencie o condicionamento de novos cortes ao avanço das questões inflacionárias e fiscais, bem como da convergência das projeções de mercado ao cenário por esta traçado - em uma postura parcimoniosa -, nossa leitura do panorama, neste momento, aponta para espaço adequado a um corte na magnitude de 50 pontos base na próxima e última reunião do ano, em 30/11.
Riscos a este cenário incluiriam uma leitura desfavorável do IPCA de Outubro, sinalizando uma trégua no processo desinflacionário, e o represamento do fluxo de avanços no front fiscal, mais notoriamente a votação da PEC 241, no entanto, não acreditamos atualmente na materialização de tais intempéries na agenda.
Juros
No mercado de juros, refletindo uma interpretação ligeiramente menos branda da Ata do Copom, todos os vencimentos ao longo da estrutura a termo da curva de juros elevaram-se, com os agentes reposicionando-se e reprecificando suas apostas. O CDS brasileiro de 5 anos avançou neste dia, encerrando a 266 pontos ante 263 pontos na véspera.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o real desafiou o dólar, valorizando-se contra este em uma sessão onde a divisa norte-americana ganhou terreno contra a maioria dos pares globais.
Ainda que a paridade tenha registrado no intraday nova mínima no ano, atenuou-se ao final da sessão, encerrando a R$ 3,114 acumulando queda de -4,49% no mês.
Contribuiu para tal movimento ainda o âmbito do programa de repatriação de recursos, cuja adesão aproxima-se do prazo final, e propicia vultosa destinação de dólares para o mercado nacional, aliada ainda à mão ainda branda do Bacen nos leilões de swap cambial reverso com tão somente 5 mil contratos/dia