Diário de Mercado na 6ª feira, 24.02.2017
Dia de realizações antes do feriado prolongado de carnaval.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
No Brasil, o último dia útil de fevereiro foi marcado por um viés de redução de posições nos mercados acionário, cambial e de juros. A aversão ao risco elevou-se nesta sexta-feira, com os agentes de ouvidos atentos ao discurso de Donald Trump nos EUA, onde redundantemente não percebeu-se quaisquer medidas concretas anunciadas, resumindo-se o republicano a bradar discursos de campanha, prometendo nacionalismo, isolacionismo e elevando com isso as tensões geopolíticas, ainda que modestamente.
Mercado de Ações.
Dando continuidade ao desmonte de posições por parte dos investidores, houve realização de lucros na sessão por conta do receio de permanecer à mercê dos noticiários estando o mercado brasileiro fechado no feriado prolongado.
Também pesaram nos negócios o desempenho das bolsas europeias e norte-americana, que amargaram perdas por conta de fracos balanços corporativos e incremento da aversão ao risco em nível global.
A exceção ficou por conta das ações da Vale, que apesar de ter iniciado os negócios em queda, refletindo notícia da saída de seu CEO Murilo Ferreira em maio próximo, recuperou-se e impediu o índice de apresentar uma queda mais forte.
Ao final do pregão, o Ibovespa fechou aos 66.662 pts (-1,18%), acumulando agora -1,60% na semana, +3,08% no mês, 10,68% no ano e +58,40% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 8,38 bilhões, com o mercado à vista girando R$ 8,03 bilhões. O ingresso de capital estrangeiro na bolsa em fevereiro (até o dia 22) somou R$ 1,26 bilhão, chegando o total em 2017 a R$ 7,50 bilhões.
Agenda Econômica.
Internamente, a taxa de desemprego nacional atingiu 12,6% no trimestre encerrado em janeiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua – IBGE).
O índice ficou ligeiramente acima da média das projeções do mercado, que indicava 12,5%, e denota significativo aumento ante o trimestre findo em janeiro de 2016, em 9,5%.
O Resultado Primário do Setor público de janeiro foi um superávit de R$ 36,7 bilhões. O número é composto pelo superávit de R$ 26,3 bi do governo central, R$ 10,8 bi dos estados e municípios, e um pequeno déficit de 578 milhões das companhias estatais.
Apesar de tradicionalmente o mês de janeiro ser favorável à arrecadação por conta dos aumentos dos tributos, o resultado registrou recorde na série histórica, que data de 2002, e superou em muito a média das projeções dos analistas (consenso: R$ 18,8 bilhões).
A confiança do consumidor levantada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) se elevou em fevereiro, atingindo 104,4 pontos. Apesar da melhora, o índice, que se encontra abaixo de sua média histórica de 108,7 pontos, apresenta dificuldades para avançar ainda devido à percepção das pessoas quanto às condições desfavoráveis relativas a seus endividamentos, renda e situação financeira.
Por outro lado, a evolução do indicador foi calcada em melhores sentimentos das pessoas quanto à inflação, compra de bens de maior valor e emprego.
Juros.
Em um movimento que refletiu sobremaneira a correção dos movimentos vistos na semana do Copom, além de acompanhar o dólar, os juros oscilaram com viés de alta.
Além disso, como nos outros mercados, notou-se o desarme de posições por parte dos investidores, na retranca em virtude do feriado prolongado de carnaval.
Dólar e CDS.
Na esteira do incremento das ansiedades a nível global, e turbinado por movimento ambos de realização de lucros frente às recentes quedas, bem como, domesticamente, de redução de exposição por conta do feriado, o dólar ganhou terreno ante o real.
A moeda encerrou os negócios cotada a R$ 3,0990 (+1,25%), acumulando agora 0,0% na semana, -0,90% no mês, -4,91% no ano e -21,43% em 12 meses.
Risco País
O CDS brasileiro de 5 anos, no horário apurado, oscilava em torno dos 222 pts, ante 220 pontos da sessão anterior.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 24.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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