Diário do Mercado na 5ª feira, 04.05.2017
Bolsa abatida por novas quedas de preços de commodities e por adiamento da votação do texto da reforma da previdência
Resumo.
O Ibovespa principiou decaindo e manteve vertente descendente até por volta das 14h. A partir daí, consumando a perda no dia, passou a oscilar com curtas variações ao redor dos 64.800 pts (-1,96%).
No panorama externo, novas quedas de preços de commodities nos mercados internacionais, destacadamente do minério de ferro, que caiu 5% na China, e do barril de petróleo, cujo tipo brent perdeu 4,5% em Londres.
No cenário doméstico, na noite de terça-feira, foi aprovado o texto do relator sobre a reforma da previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, por 23 votos a favor contra 14 contra, mas, foram postergadas as considerações sobre posíveis alterações finais (“destaques”), que deverão ser apreciadas somente na próxima semana - talvez na próxima terça-feira, dia 9.
Reforma da Previdência
Também, o calendário antes observado pelo mercado de votação da reforma da previdência até o final de maio, parece que ficou para trás.
Noticiou-se hoje que somente deverá ir a plenário na Câmara depois da conclusão da reforma trabalhista pelo Senado, que, na melhor das hipóteses, poderá ocorrer no primeiro decêndio de junho.
Vale lembrar que mesmo consumada na Câmara de Deputados, se houver qualquer mudança pelo Senado, o texto da reforma da previdência terá que voltar para a própria Câmara. De outra mão, os agentes acreditam que ao longo deste período o governo tentará angariar os 308 votos necessários para a sua aprovação, entre os 513 deputados – número que aparentemente ainda não detém neste momento.
Ibovespa.
O mercado doméstico foi bombardeado por todos os lados. Nos EUA, a probabilidade do Fed elevar a taxa de juros para o intervalo entre 1,00% e 1,25% em junho próximo atingiu cerca de 94% agora, ante 67% do último dia 2 de abril – os investidores desconfiam que poderão ocorrer quatro elevações este ano, ao invés das três antes mencionadas pelo banco central norte-americano.
Os tombos dos preços das commodities nos mercados internacionais induziram baixas generalizadas, com a Petrobras PN (PETR4) caindo quase 4% e a Vale PNA (VALE5) perdendo um pouco acima disto.
Neste quadro adverso, o Ibovespa fechou aos 64.862 pts (-1,86%), com o preliminar giro da bolsa somando robustos R$ 9,21 bilhões, sendo R$ 8,85 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Após ter registrado saída líquida de R$ 25,614 milhões em abril, no último dado disponível, o capital externo apresentou entrada líquida de R$ 469,867 milhões no dia 2 de maio.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-Fipe (inflação no município de São Paulo) variou +0,61% em abril, acelerando sobre o +0,14% de março e acima do consenso de mercado, em +0,58%. A elevação foi imposta por fatores pontuais, devendo recuar em maio.
Nos EUA, o dado preliminar da produtividade não agrícola do 1º trimestre de 2017 apresentou variação de -0,6%, versus alta de 1,8% (dado revisto de +1,3%) no 4T16. Já o custo de mão de obra oscilou +3,0% no 1T17, contra +1,3% no 4T16 (dado revisado de +1,7%). Ambos divergiram de seus respectivos consensos de mercado, em -0,1% e +2,7%.
Juros.
As taxas de juros futuros subiram, levantando como um todo sua curva de estrutura a termo. Durante o dia, os DIs chegaram a ter variações mais altas, mas, realizações de lucros intradiários fez com que o ímpeto diminuísse no fechamento. As perspectivas internas sobre as reformas foram os catalisadores do comportamento no dia.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), conduzido pelo mercado internacional de moedas e pelas incertezas políticas domésticas sobre as reformas, já abriu ascendente e assim operou ao longo de todo o dia. A moeda encerrou cotada a R$ 3,1830 (+0,82%).
Risco Brasil
Neste momento, o CDS Brazil 5 anos (CBIN) oscilava aos 216 pts, ante 210 pts de ontem.
Para a 6ª feira.
Os agentes estarão monitorando os números de criação de vagas na economia norte-americana, o chamado payroll. Em seguida, os dados da média de ganhos por hora e a da taxa de desemprego dos EUA. No Brasil, sairão os dados de produção, vendas e exportações de veículos pela Fenabrave.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 04.05.2017, elaaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T Analista Sênior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, ambos do BB Investimentos
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