Diário de Mercado na 2ª feira, 05.06.2017
Investidor se retraiu na véspera do início do julgamento no TSE. Exterior em baixa também contribuiu negativamente.
Resumo.
Os investidores preferiram a cautela na véspera do início do julgamento da chapa Dilma-Temer, nesta 3ª feira, 05;06, aguardando o desfecho em relação ao destino que será dada à questão pelo TSE Tribunal Superior Eleitoral, cujo julgamento está marcado para terminar no dia 8 de junho.
Todavia, caso ocorra algum pedido de vista do processo, a decisão poderá ser postergada, bem como, caso o presidente Temer entende que sofreu algum revés, caberá recurso a própria corte e ainda ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Ademais, um possível surgimento de novas delações premiadas levantam incertezas para no mercado. Enfim, todos os olhos se mantém focados no imbróglio político e seus desdobramentos.
Externamente, a questão envolvendo o presidente Trump e ao demissão do diretor do FBI havia ficado latente com a viagem internacional do Chefe de Estado, mas, já está de volta à pauta dos investidores.
Neste panorama, o dólar comercial avançou firme e as os furos futuros mais longos subiram.
Ibovespa.
A precaução tomou conta do cenário neste início de semana, depois da ducha de água fria do Banco Central na semana passada – vale lembrar que nesta 3ª feira, 07.06, sairá a ata da reunião do dia 31 de maio.
Os agentes optaram por não fazer maiores apostas no mercado acionário doméstico, enquanto esperam o TSE, com o volume financeiro recuando sensivelmente no pregão - até uma definição ou uma melhor visão do que esperar do julgamento, esta deverá ser a tônica. Ademais, as bolsas de Nova York recuaram, terminando por trazer influência negativa sobre o índice brasileiro.
O Ibovespa fechou aos 62.450 pts (-0,10%), com giro financeiro preliminar de R$ 5,72 bilhões na Bovespa, sendo R$ 5,568 bilhões no mercado à vista.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o dado final mostrou que a produtividade ficou estável no 1º trimestre de 2017, versus variação de -0,6% no 4º trimestre de 2016 e melhor do que o -0,2% esperado. Já o custo de mão de obra variou +2,2% no 1º trimestre de 2017, ante oscilação de +3,0% no 4º trimestre de 2016, estando o consenso em +2,4%. Os pedidos de bens duráveis variaram -0,8% em abril, contra -0,7% em março. Os pedidos de fábrica recuaram -0,2% em abril, frente a +1,0% em março.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou e manteve tendência altista até por volta do meio dia, refletindo as incertezas que permeiam as expectativas dos investidores, neste momento.
A partir daí e ao longo de toda a tarde, pasou a oscilar com curtas variações, não distantes do valor de fechamento. A moeda terminou cotada a R$ 3,2890 (+1,11%).
O CDS brasileiro de 5 anos situava-se em 240 pts, ante 237 pts da véspera.
Juros.
As taxas de juros futuros (DIs) mais curtas variaram ligeiramente ao redor da estabilidade, com exceção do DI Jan/19 (precifica a taxa no final de 2018) que mostrou queda.
A partir daí, em direção a ponta longa da curva da estrutura a termo da taxa de juros, os DIs apresentaram graduais elevações.
Para a semana.
No Brasil, ata do COPOM , dados de veículos da Anfavea, IGP-DI maio, IGP-M 1ª prévia junho e o destaque – IPCA de maio.
Nos EUA, Crédito ao consumidor e Estoques no atacado.
Na China, Reservas estrangeiras, Investimento estrangeiro direto, Balança comercial - Exportações e Importações, IPC e IPP.
Na Europa, decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre juros e dados de produção industrial das principais economias.
No Japão, PIB 1T17 (final).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 05.06.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB INVESTIMENTOS