Diário do Mercado na 6ª feira, 07.07.2017
Primeira deflação desde 2006 não anima o mercado
Resumo.
Os dados divulgados hoje do IPCA com desinflação mensal e inflação anual no piso da meta (3%), não bastaram para o mercado de bolsa reagir positivamente, embora as taxas de juros tenham se retraído face à maior esperança de queda de 1% na SELIC.
O que pode “minar” as expectativas é o fato da inflação estar razoavelmente sob controle e ser este, um argumento pró aumento de impostos, diminuindo assim a efetividade do também esperado corte robusto da SELIC.
Ibovespa.
O S&P 500 e o Ibovespa movimentaram-se em sentidos opostos com correlação de -0,60, nesta sessão.
O índice fechou aos 62.322 pontos (-0,24%), acumulando -0,92% no mês, +3,48% no ano e +19,82% em 12 meses. Ambev (+0,10% ponderado) e Lojas Americanas (+0,04% ponderado) foram as maiores contribuidoras positivamente, porém, as perdas de Itaú (-0,11% ponderado) e Petrobras (-0,16% ponderado) exerceram força dominante.
A Petrobras anunciou ontem redução no preço da gasolina e do diesel em 0,5% e seguiu-se hoje perda no preço do petróleo.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 6,937 bilhões, levemente abaixo da média dos últimos 30 dias, 7,198 bilhões. O fluxo de capital para a Bovespa, em seu último dado disponível, apontou entrada no dia 5 último de R$ 120 milhões. Para o mês houve entrada líquida de R$ 214 milhões e para o ano entrada líquida de R$ 5.106 milhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA o esperado payroll veio acima das estimativas: 222 mil vagas criadas contra 177 mil estimadas, contudo o ganho salarial por hora caiu e a taxa de desemprego subiu. No fim das contas, o que pesou mais foi o número de postos de empregos criados ecoando positivamente naquele mercado. Internamente, tanto o IPCA, que registrou a primeira deflação mensal desde 2006, quanto o IGP-DI vieram melhor do que estimado.
Os dados inflacionários mantiveram a bolsa no azul na parte da manhã, enquanto o ambiente político indefinido conduziu a bolsa para o negativo na parte da tarde.
Juros.
As taxas curtas dos contratos futuros de DI fecharam em baixa, resultado das apostas na manutenção do ritmo atual de redução da Selic na próxima reunião do Copom, já as pontas médias e longas, fecharam em alta, refletindo as incertezas acerca das reformas tributárias e previdenciária.
Câmbio e CDS.
O relatório de emprego nos EUA, acima das estimativas, puxou os índices acionários para cima, porém em termos globais o dólar se depreciou frente à maioria das moedas, tal como frente ao real, a divisa norte-americana fechou a R$ 3,285 ou -0,44%.
Risco País - O risco Brasil, medido pelo CDS Brazil 5 anos (CBIN), teve leve melhora em relação a ontem, fechando aos 242 pontos contra 244, no entanto, permanece acima da média dos últimos 30 dias: 239,7 pontos.
Para a próxima semana.
O principal evento da semana vindoura será a votação em plenário da reforma trabalhista. Prevê-se volatilidade no mercado enquanto a matéria não for votada, prevista, até o último dado, para terça-feira (11.07). Menos relevante são a divulgação das vendas no varejo (12), e IBC-Br (14), além das primeiras prévias da Inflação de julho apuradas via IPC-S e IPC-Fipe.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 07.07.2017, elaborado por JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, e WESLEY BERNABÉ, do BB Investimentos
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