Papel e Celulose - SUZANO e FIBRIA: Nasce um Novo Gigante
Ontem, 15.03.2018, o BNDES aprovou a fusão entre Fibria e Suzano, criando uma gigante no setor de celulose. As conversas sobre a possível consolidação do setor não são novas, mas ganharam importância após a aquisição de uma fração da Eldorado ano passado, do grupo J&F, pela Paper Excellence.
Importante mencionar que, semana passada, a Paper Excellence também fez uma oferta pela Fibria, por R$ 40 Bilhões, aproximadamente, de acordo com notícias veiculadas na mídia.
Entretanto, ao final do dia, o grupo controlador da Fibria optou por uma empresa 100% brasileira e a Suzano comprou a Fibria por USD 9,2 BI, mais ações adicionais da nova empresa criada.
Opinião do Analista.
Como mencionamos no nosso relatório setorial (16 de março), muitos são os benefícios que poderão advir da fusão entre ambas as empresas. Em termos de sinergia, os ganhos devem emergir de
(i) redução de custos e despesas,
(ii) melhor estrutura logística,
(iii) avanços maiores em tecnologia, por meio de melhores resultados em P&D.
Além disso, consideramos os ganhos através do melhor poder de barganha por parte dos produtores. Este novo gigante estaria apto a negociar melhor com clientes, reduzindo descontos, contribuindo para maiores receitas. Acreditamos que as melhoras nos preços realizados de celulose poderiam adir ~R$ 1.0 BI a R$ 1.5 BI ao EBITDA da nova empresa já no médio-prazo.
Desconsiderando os benefícios sinérgicos, já estamos falando de um EBITDA para o fim de 2018 de R$ 12,3 BI. As melhoras no EBITDA poderiam somar R$ 3,4 BI a R$ 3,8 BI nos próximos dois anos, de acordo com nossas estimativas.
Lembramos que esta nova empresa teria capacidade de produção de celulose de 10.890 MT (excluindo o acordo com a Klabin), ou 25% do total global de embarques em 2017 que somou 50,6MT.Isto representaria 44%, se considerarmos apenas os embarques de celulose BHKP (ano passado estes somaram 24,9 mt).
A proposta.
A Suzano será intitulada da totalidade das ações de emissão da Fibria; e os acionistas da Fibria receberão, para cada FIBR3,
(i) R$ 52,50 (ajustado pleo CDI de 15 de março de 2018, até a data efetiva do pagamento), e
(ii) R$ 0,4611 ação ordinária de emissão da Suzano, ajustada proporcionalmente por eventuais desdobramentos, grupamentos e bonificações das ações de emissão da Suzano e da Fibria.
Com relação aos ADRs da Fibria, os acionistas terão o direito de receber os ADRs da Suzano, de acordo com a relação de troca estabelecida.
Adicionalmente, no caso de eventuais restrições impostas por autoridades concorrenciais no brasil ou no exterior, ou outros eventos que possam interferir na consolidação, a Suzano será responsável pelo pagamento de BRL 750 mn de multa de rescisão para a Fibria.
Comentários Adicionais.
Aguardaremos até a consolidação do processo para revisitarmos nossos modelos e convergi-los em uma única avaliação. Estamos atualmente com preço alvo 2018 para FIBR3 de R$ 65,5/ação e para SUZB3 de R$ 25,0/ação, ambas com recomendação Outperform.
Confira no anexo a integra do relatório preparado por GABRIELA E. CORTEZ, CNPI, Analista Senior do BB Investimentos
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