PETROBRAS - Resultados no 1º Trimestre de 2018
FCF robusto e menores despesas; positivo
A Petrobras divulgou fortes resultados no 1T18, com maiores receitas, sustentadas por maiores preços do Brent, menor G& e robusta geração de FCF.
A companhia anunciou o pagamento de R$ 652 milhões em juros sobre capital próprio, que serão pagos em 25 de maio.
Neste trimestre, a empresa apresentou resultado positivo, afetando o pagamento da taxa de liquidação da Liquigás (R$ 286 milhões) e as vendas de ativos da Lapa, Iara e Carcará (R $ 3,2 bilhões).
Do lado negativo, a produção total diminuiu 4% ano/ano e a taxa de utilização das refinarias diminuiu para o nível muito baixo de 72%.
Destaques operacionais.
A produção nacional de petróleo e LGN caiu 4% a / a, devido a paradas programadas e à venda do campo da Lapa. O volume de vendas de derivados também recuou 11% aa, principalmente em função da gasolina (-16%, reflexo da perda de participação no etanol e do aumento das importações por terceiros) e do diesel (aumento de 10% nas importações de terceiros).
No entanto, destacamos que o diesel aumentou sua participação em base trimestral, refletindo o sucesso dos ajustes de preço realizados em e de 2017.
O destaque negativo é o declínio da taxa de utilização das usinas de refino, que caiu para 72% (-500 bps , o menor valor já apresentado).
Destaques Financeiros.
Apesar dos volumes menores, a receita líquida aumentou 5% aa em função do aumento dos preços do Brent (em BRL, os preços do Brent dispararam 28% ano/ ano).
O EBITDA consolidado alcançou R $ 25,7 bilhões, + 2% ano/ano, auxiliado pelo menor G & A (-7% aa), devido a menores despesas com serviços administrativos prestados por terceiros e uma queda de 7% nas despesas financeiras líquidas.
Outras despesas atingiram R$ 1,3 bilhão, 67% inferior ao resultado, influenciadas
(i) pelo ganho líquido de vendas de ativos (R $ 3,2 bilhões);
(ii) impairment (R$ -64 milhões) e contingências judiciais (R$ 261 milhões) e
(iii) receita com taxa de liquidação devido à não aquisição da Liquigás (R$ 286 milhões).
Portanto, o Lucro Líquido atingiu R$7,1 bilhões, um aumento de 48% ano/ano.
Opinião do analista.
Em nossa opinião, a PBR apresentou fortes projeções neste trimestre, aproveitando o bom momento do preço do petróleo e apresentando mais uma geração robusta de FCF.
No entanto, o declínio nos volumes de produção, o maior custo de extração e a taxa de utilização muito baixa das plantas de refinaria foram os principais retrocessos no trimestre.
Também destacamos o controle de custos em G&A, embora as despesas com vendas tenham aumentado 73% ano/ano, influenciadas pelo pagamento pelo uso dos gasodutos, após a venda do NTS e outros itens.
Em suma, a PBR mostrou força, dando continuidade ao processo de desalavancagem (Dívida Líquida / EBITDA declinou para 3,52, contra 3,67x em dez/2017) e um FCF robusto de R$ 13 bilhões.
Os desafios futuros incluem a recuperação da participação de mercado no mercado interno e a taxa de utilização da refinaria, além da continuidade do plano de desalavancagem. Por enquanto, mantemos nossa recomendação de Market Perform com o preço-alvo de R $ 23,50 para o YE18.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da PETROBRAS no 1º Trimestre/2018, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Senior do BB Investimentos