Diário de Mercado na 4ª feiRa, 22.08.2018
Trégua no panorama eleitoral brasileiro traz repique ao mercado doméstico
Comentário.
O dia foi de recuperação no mercado doméstico, que chegou a vir abaixo dos 75 mil pts na primeira meia hora de negócios, mas reagiu em seguida, mantendo trajetória ascendente até o seu fechamento, próximo dos 77 mil pts.
A questão eleitoral tem sido e deve continuar sendo o tema central até uma clareza maior pelos investidores de uma possível definição do próximo Presidente da República do Brasil. A pesquisa divulgada hoje não trouxe maiores novidades em relação aos números que foram anunciados na véspera por outra apuração similar.
Assim, nem mesmo os sinais divergentes das bolsas de Nova York interferiram, com o Ibovespa registrando alta generalizada - apenas dois papéis fecharam em baixa, em um típico movimento de recomposição de carteiras.
Ibovespa.
O Ibovespa teve repique, mas ainda existe muita “água para rolar” até o 1º turno da eleição presidencial – marcado para o dia 7 de outubro próximo.
O índice doméstico findou aos 76.902 (+2,29%), acumulando +1,15% na semana, -2,93% no mês, +0,65% no ano e +9,84% em 2018. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,626 bilhões, sendo R$ 9,197 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
No dia 20 (último dado disponível) – dia de vencimento de opções sobre ações na Bovespa, houve ingresso líquido de R$ 1,5 bilhão em capital estrangeiro da bolsa, acumulando saldo positivo de R$ 2,106 bilhões em agosto. Em 2018, o acumulado situa-se em retirada de recursos estrangeiros de R$ 4,056 bilhões.
Agenda Econômica.
Brasil. No ministério do trabalho divulgou o resultado do Caged de julho com a criação de 47.319 vagas, na série sem ajuste sazonal, acima da expectativa do mercado de positivos 19.608 postos. O saldo acumula geração de 448.263 vagas em 2018 e de 286.121 nos últimos 12 meses. Destaque para o agronegócio com a abertura de 17.455 empregos, além do setor de serviços com a novas 14.548 vagas.
EUA. A ata do Fomc (Fed) mostra uma visão confiante. O documento deu a entender que haverá graduais elevações da taxa dos Fed funds, cujo limite superior hoje situa-se em 2,25%, e que devem ser congruentes com um avanço consistente da atividade econômica, fortes condições do mercado de trabalho e inflação perto da meta de 2% no médio prazo.
Neste momento, a probabilidade implícita nos Fed funds precifica possibilidade de 92% de acréscimo de 25 pts-base em setembro, para 2,50%, e depois de 66,9% de nova progressão em dezembro, para 2,75% – ou seja, mais duas altas ainda este ano. As previsões de mercado convergem agora para mais três aumentos de 25 pts-base para o próximo ano.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), pouco depois de sua abertura, logo avançou, atingindo a máxima de R$ 4,0880 (+1,16%) e se manteve sempre operando em campo positivo ao longo do restante da sessão. Mesmo com a trégua doméstica em relação às eleições domésticas, os investidores ainda procuraram “proteção” na divisa norte-americana.
A moeda encerrou cotada a R$ 4,0610 (+0,49%), acumulando +3,76% na semana, +8,15% no mês, +22,50% no ano e +28,15% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 264 pts versus 256 pts da véspera.
Juros.
A estrutura a termo dos juros futuros registrou realizações como um todo, com progressiva variação para baixo das taxas da ponta mais curta para a ponta mais longa. De modo geral, inicialmente a trajetória foi de alta, mas arrefeceu pouco depois e passou oscilar ao redor da estabilidade, decaindo da primeira hora da tarde em diante.
Para a semana
No Brasil, confiança do consumidor (FGV) e IPCA-15. No exterior, nos EUA, PMI manufatura e pedidos de bens duráveis. PMIs também saem na Alemanha, França e Zona do Euro, além do Japão. Na Alemanha, o dado final do PIB do 2T.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 4ª feira, 22.08.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI-P, ambos do BB Investimenos.
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