Diário de Mercado - 27 de agosto 2018
Otimismo com comércio mundial contagia ativos domésticos
Comentário.
Bons ventos nos mercados globais foram trazidos por conta do anúncio nesta segunda-feira pelo presidente Trump de um acordo comercial bilateral entre EUA e México. A leitura do evento, considerado uma aproximação dos EUA com parceiros comerciais, abre precedentes para possíveis novos acordos - sendo o Canadá o próximo melhor cotado - e ajuda a amenizar o ambiente árido estabelecido entre a maior economia do mundo e a China.
No Brasil, o reflexo de tal melhoria se deu na forma de um avanço na bolsa - impulsionado por conta da performance dos índices de Wall Street - bem como de recuo do dólar e dos juros, cenário inclusive favorecido pela ausência de fatos relevantes oriundos do front político/eleitoral, e com agenda econômica de pouco peso.
Ibovespa. A melhora no clima comercial global contagiou os mercados de renda variável de maneira consistente. Na bolsa brasileira, a performance forte de praticamente todos os setores, com destaque para o financeiro, permitiu o Ibovespa a novamente superar os 77 mil pontos. Na ponta oposta, reagindo à queda do dólar, o setor de papel e celulose recuou.
O índice fechou aos 77.929 pts (2,19%), acumulando -1,63% no mês, 2,00% no ano e 9,65% em 2018. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 7,11 bilhões, sendo R$ 6,98 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 23 (último dado disponível) houve ingresso líquido de R$ 57,69 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, somando saldo positivo de R$ 2,675 bilhões em agosto, mas acumulando saldo negativo de R$ 3,487 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, a inflação medida pelo IPC-Fipe relativa à quadrissemana finda em 23/08 variou 0,37%, número não apenas abaixo do apanhado de igual período do mês anterior (0,47%) mas também da projeção dos analistas (0,51%).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) recuou significativamente, em reação à melhoria das condições externas com o acordo comercial anunciado por Trump.
Perante o Real, a divisa encerrou cotada a R$ 4,0838 (-0,48%). Agora, passou a acumular 8,78% no mês, 23,43% no ano e 29,43% em12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 286 pts versus 287 pts da véspera.
Juros.
O recuo ao longo de toda a curva da estrutura a termo dos juros se deu por conta da melhoria do ambiente externo. O fato mais impactante, o do anúncio do acordo comercial bilateral EUA x México, imprimiu devolução de prêmios em especial na seção longa, aquela que acumulava, inclusive, os maiores acúmulos recentes derivados da deterioração do real perante o dólar.
Para a semana.
No Brasil, taxa de desemprego, inflação pelo IGP-M, resultado primário e o grande destaque da semana: o PIB relativo ao 2T18. No exterior, PIB também nos EUA e França, sendo no primeiro ainda divulgados dados de renda, gastos pessoais e o PCE.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 27.08.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos.