Diário de Mercado na 6ª feira, 14.09.2018
Pregão otimista na sexta não apaga as perdas da semana
Comentário.
A semana que se encerrou teve no cenário externo uma influência mais limitada, já que a oscilação se deu em especial por conta do noticiário doméstico, com o mercado reagindo à dinâmica do quadro eleitoral.
As pesquisas – mais notoriamente Datafolha na segunda e Ibope na terça – mostraram dinâmicas semelhantes, mas diferenças em metodologias revelam que o panorama que se desenha para o pleito de outubro está longe de ser decifrado, o que é ainda mais evidente quando são isolados possíveis cenários para o segundo turno.
Com isso, a bolsa refletiu os anseios advindos da incerteza, e a volatilidade se manteve elevada, tendo a mesma dinâmica sido importada pelos mercados de câmbio e juros.
Ibovespa.
O otimismo predominou no pregão da sexta-feira, mas a alta não foi suficiente para aplacar a variação negativa da semana. A maior propensão à tomada de risco veio por conta de melhores leituras das pesquisas eleiorais recentes, mesmo em face da elevação das animosidades comerciais entre EUA e China, que mantiveram outras bolsas mundo afora em território negativo.
Os destaques de alta se situaram predominantemente nos setores bancário e de mineração, assim como a Petrobras, tendo como contraponto as empresas ligadas a utilities e concessões.
O Ibovespa encerrou aos 75.429 pts (0,99%), acumulando -1,29% na semana, -1,63% no mês, -1,27% no ano e 1,03% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,67 bilhões, sendo R$ 8,15 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 (último dado disponível), houve saída de R$ 64,001 milhões em capital estrangeiro da bolsa, acumulando agora saldo negativo de R$ 621,605 em setembro e retirada de R$ 3,609 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, o volume do setor de serviços (IBGE) relativo ao mês de julho recuou 2,2% em relação a junho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços.
Ainda sob a ótica mensal, a variação junho/maio foi revisada para baixo (4,8%, de 6,8% anteriormente), e a de maio/abril para cima (-3,4% contra -5,0% anteriormente). já no comparativo ante julho de 2017, a variação foi uma queda de 0,30%, marcando o quinto mês negativo nesta base de comparação.
A inflação apurada pelo IGP-10 (IBGE) ficou em 1,20% na passagem de setembro ante agosto. O número mostrou não apenas a superação do dado do mês anterior (0,51%), como da expectativa dos analistas (0,77%).
Câmbio e CDS.
Influenciado principalmente pelo otimismo dos investidores quanto à dinâmica eleitoral mais recente, o dólar arrefeceu, ante sessão anterior que marcou o maior nível da moeda em sua série histórica pós plano real.
A moeda norte-americana fechou em R$ 4,1669 (-0,72%), acumulando 1,21% na semana, 2,28% no mês, 25,94% no ano e 33,65% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 285 pts, versus 284 pts da véspera.
Juros.
Acompanhando o dólar, os juros futuros recuaram. O movimento foi mais evidente na seção longa da curva a termo, enquanto os vértices intermediários apresentaram modesta queda, e os curtos tenderam à estabilidade ante a sessão anterior.
Para a próxima semana.
No Brasil, o principal destaque fica por conta da reunião do Copom, cuja definição da Selic – estimada pelo consenso de mercado a permanecer em 6,5% - acontecerá na quarta-feira. Também por aqui, o IPCA-15 tem relevância, na sexta-feira.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 14.09.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos
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