Diário do Mercado na 2ª feira, 25.02019
Ibovespa descolada do exterior com notícia sobre a previdência
Comentário.
A sensibilidade dos investidores parece que realmente já se voltou para os riscos que envolvem o trâmite da Reforma da Previdência. Foi veiculada na imprensa declaração do presidente da Câmara dos Deputados que a instalação da CCJ Comissão de Constituição e Justiça só deverá ocorrer após o Carnaval, bem como sem a apresentação da proposta que inclui a previdência dos militares, o processo de análise da reforma pode ser mais demorado.
De outra mão, afirmação do presidente norte-americano, Donald Trump, de que os preços do petróleo estavam elevados derrubou a cotação da commodity e contaminou negativamente as ações da Petrobras.
Assim, parte dos agentes optou por se desfazer de algumas posições, induzindo o índice doméstico a operar deslocado das trajetórias positivas doas bolsas de Nova York. No Brasil, o dólar comercial encerrou cotado a R$ 3,7420 (+0,05%) e as taxas de juros futuros subiram praticamente em toda a extensão de sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice chegou a abrir ascendente, mas logo passou a circundar a estabilidade, sendo que a partir da primeira hora da tarde, entrou definitivamente em campo negativo até seu fechamento.
Os papéis do setor de bancos e as ações da Petrobras pesaram sobre o índice, com a Vale encerrando positiva. Destaques favoráveis no dia para a CSN, a Usiminas e para Via Varejo.
Ibovespa fechou aos 97.239 pts (-0,66%), acumulando -0,16% no mês, +10,64% no ano e +11,39% em 12 meses. O mais fraco giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,502 bilhões, sendo R$ 12,195 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 21 de fevereiro (último dado disponível), a retirada de capital estrangeiro foi de R$ 220,260 milhões, com o saldo negativo de fevereiro indo a R$ 1,524 bilhão. O saldo acumulado em 2019 tornou-se negativo em R$ 5,942 milhões.
Câmbio e CDS .
Em meio a expectativas de um alinhamento entre EUA e China em relação à guerra comercial entre os dois países se contrapondo a uma notícia doméstica sobre a previdência que azedou um pouco o humor interno, a divisa norte-americana fechou “de lado”.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,7420 (+0,05%), acumulando variações de +2,30% no mês, -3,43% no ano e +15,49% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil passou de 165 pts ontem para 164 pts hoje.
Juros.
Em meio a cautela no cenário doméstico, com as expectativas voltadas para o trâmite da reforma da Previdência, os juros futuros encerraram a sessão regular de hoje majoritariamente em alta, alguns contratos renovaram na máxima nos minutos finais da sessão, com exceção do DI para janeiro de 2020 que finalizou em 6,46% de 6,44% do último ajuste.
O DI para janeiro de 2021 passou 7,05% para 7,08% hoje. O DI para janeiro de 2023 finalizou em 8,21% ante 8,15%. O DI para janeiro de 2025 terminou em 8,73% de 8,68%.
Agenda Econômica.
O Banco Central divulgou hoje o déficit de US$ 6,548 bilhões na conta de transações correntes em janeiro. No mesmo período em 2018, foi registrado um saldo negativo de 6,293 bilhões. Para este ano, o Banco Central prevê um déficit de US$ 35,6 bi em transações correntes.
Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira sofreram uma queda de 30% em comparação ao mesmo período do ano passado (US$ 8,363 bi), somando US$ 5,866 bilhões, não cobrindo o saldo negativo de transações correntes (US$ 6,548 bilhões).
Contudo, a previsão do Banco Central de ingresso líquido de US$ 90 bi em investimentos estrangeiros em 2019, superior ao déficit previsto de US$ 35,6 bilhões na conta corrente.
Para a semana:
Brasil Criação de empregos formais; IGP-10; Atividade Econômica; Coleta de impostos.
EUA:; Produção industrial.
Alemanha: PIB; Japão: IPP; PIB T/T; Produção industrial.
China: Importação; Exportação; Balança Comercial; IPC; IPP.
Confira no anexo a íntegra do reatório de anáise do comportamento do mercado na 2ª feira, 25.02.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.