Diário do Mercado na 3ª feira, 25.08.2020
Ibovespa termina descolado do exterior, sob argumento fiscal
Comentário.
O índice brasileiro chegou a principiar em alta, mas logo desceu para campo negativo e assim prosseguiu operando o restante do pregão, variando com pequena baixa. Internamente, houve cautela dos agentes com a postergação da divulgação do plano “Renda Brasil” pelo governo.
O mercado considera que poderão ser medidas que implementam necessários incentivos econômicos, mas, também, envolve o tema de maior sensibilidade doméstica atualmente, a questão fiscal.
Externamente, nos EUA, os investidores viram com bons olhos declarações de membro do governo que o acordo comercial com a China permanece vigente.
Assim, sem notícias em geral adversas e também com indicadores norte-americanos considerados favoráveis, prevaleceu parcial propensão para compra de ativos de risco e os índices S&P500 e Nasdaq tornaram a bater recordes históricos de pontuações, contudo, o índice industrial Dow Jones findou em leve baixa.
O dólar comercial chegou a operar em alta, mas cedeu de tarde, para R$ 5,5260 (-1,18%). Nos juros futuros, o tema fiscal suplantou a baixa do dólar e houve correções para cima.
Ibovespa.
O índice subiu por um período curto após sua abertura e depois declinou para campo negativo, navegando basicamente em seguida com baixa inferior a -0,5%, melhorando próximo do fechamento. De modo ponderado, a Vale pesou sobre o índice, mas performaram negativamente também os papéis do setor de bancos e a Petrobras.
O Ibovespa fechou aos 102.117 pts (-0,18%), acumulando +0,59% na semana, -0,77% no mês, -11,70% no ano e +4,56% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 23,6 bilhões, sendo R$ 21,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 21 de agosto, a Bovespa registrou retirada líquida de R$ 405,578 milhões em capital estrangeiro, mas acumulando ingresso líquido de R$ 2,528 bilhões no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). Em 2020, o saldo negativo situa-se em -R$ 82,384 bilhões (acima da saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA-15, considerado como prévia do IPCA fechado do mês, mostrou variação de + 0,23% em agosto ante + 0,30% em julho, em linha com o consenso de mercado. O indicador passou a acumular +0,90% no ano e +2,28% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial denotou leve elevação na primeira parte de negócios. Na parte da tarde, influenciado pelo comportamento do mercado internacional, sofreu realização e deslizou para terreno de baixa.
A moeda fechou cotada a R$ 5,5260 (-1,18%), acumulando -1,43% na semana, +5,92% no mês, +37,74% no ano e +34,00% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 215 pts versus 218 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros denotaram ajustes finos de posicionamentos nos vencimentos mais curtos, que findaram com sinais divergentes, enquanto os longos cederam novamente. Assim fecharam as taxas em relação à sessão anterior:
DI set/2020 em 1,910% de 1,901%;
DI outubro/2020 em 1,914% de 1,905%;
DI Janeiro/2021 em 1,945% em 1,930%;
DI Janeiro/2022 em 2,75% de 2,74%;
DI janeiro/2023 em 3,93% de 3,88%;
DI janeiro/2025 em 5,75% de 5,71%;
DI janeiro/2027 em 6,76% de 6,73%.
Confira no anexo a integra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira 25.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T. e RENATO ODO, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos