Reunido em Montevideu, Uruguai, nesta 5ª feira, 07.02, os integrantes do autoproclamado GCI Grupo de Contato Internacional, concordaram a respeito da proposta de uma nova eleição presidencial na Venezuela, "conduzida por meio de um processo eleitoral confiável", conforme declarou Augusto Santos Silva, ministro das Relações Exteriores de Portugal.
Mujica: nem Maduro, nem Guaidó
Em linha com esse pensamento, o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica (2010-2015), afirmou a uma emissora de rádio uruguaia, em 01.02, que o ideal para resolver a crise venezuelana seria a realização de eleições em que não participassem o presidente Nicolás Maduro e o lider da Oposição Juan Guaidó.
Pence: Mais ação e menos diálogo.
Também em 01.02, Mike Pence, vice´presidente dos EUA, declarou que a situação na Venezuela requer mais ação e menos diálogo.
Ernesto "Pró Ianque" Araújo
Por sua vez, Ernesto Araújo, ministro de Relações Exteriores do Brasil, reuniu-se em Washington, nesta 5ª feira, 07.02, com secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e com o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton.
Ao final do encontro, fez afirmações em linha com a estratégia do governo norte-americano de negar diálogo com o governo venezuelano de Maduro e, nesse sentido, desqualificou a iniciativa protagonizada pelo GCI Grupo de Contato Internacional, de diálogo e articulação de solução política pela comunicade internacional, para a crise da Venezuela, grupo que se reuniu em Montevideu também nesta 5ª feira.
"A reunião em Montevidéu a partir de premissas erradas, não considero uma iniciativa válida. Nós não achamos que uma iniciativa que é parte muito útil do campo de jogo nível de orçamento entre o governo legítimo de Juan Guaidó e a ditadura de Nicolás Maduro, parece-nos que isso não é um ponto de partida",
declarou Ernesto Araújo, o controverso chanceler brasileiro.
Sua mensagem expressa nas entrelinhas o desinteresse pela realização de novas eleições na Venezuela, pois, envolvidos os EUA desde 1992 em tentativas de derrubar os governos bolivarianos de Chavez e Maduro e de matar ambos, o governo dos EUA não confia no poder de voto da Oposição venezuelana, derrotada seguidas vezes há décadas.
Nesse sentido, as palavras de Mike Pence são indicativo de que a estratégia dos EUA prossegue sendo a instauração de um governo filo-americano na Venezuela, disposto a abrir a exploração das gigantescas jazidas de petróleo, atualmente de exclusiva exploração pela PDVSA, petroleira estatal venezuelana, às empresas norte-americanas.
Nicolás Maduro, por sua vez, descartou no último domingo, 03.02, a realização de novas eleições presidenciais, porquanto aquelas que aconteceram em 2018 foram reconhecidas como legítimas e democráticas por grupo de observadores internacionais, reconhecido internacionalmente, que tinha como integrante, entre outros, o ex-presidente do governo espanhol Jose Luis Rodrigues Zapatero.
Frustrado o Golpe por EUA e Colômbia
Nesta 5ª feira, 07.02, Jorge Rodrigues, ministro venezuelano de Comunicação e Informação, afirmou que foi frustrada nova tentativa de golpe contra Maduro, organizada pelos EUA e pela Colômbia, planejado para ser executado entre últimos dias de janeiro e início de fevereiro.
"Poderes da Colômbia e os EUA apoiaram as ações assassinas e golpistas de [Oswaldo] Garcia Palomo, que tinha atividades intensas em outubro, novembro, dezembro de 2018 e janeiro de 2019 […] ele confessou que tinha três dias para o golpe militar em 27 de Janeiro, ou 31 de janeiro, ou 3 de fevereiro",
explicou Rodriguez em uma conferência de imprensa do Palácio de Miraflores.
O coronel Oswaldo Palomo Garcia foi preso em 30.01 após ser acusado pelo governo venezuelano de estar envolvido em uma tentativa de assassinato contra Maduro em 04.08.2018 em uma cerimônia pública em Caracas ocidental.
Rodriguez apresentou um vídeo em que Garcia Palomo confessa os planos do golpe e fornece detalhes sobre lugares que deveriam atacar em uma das três datas propostas.
O ministro de Comunicação também disse que a oposição vereador Fernando Albán, que supostamente cometeu suicídio em outubro, saltando de um andar alto na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) onde foi detido, era a ligação entre os autores do ataque contra Maduro.
Rodriguez culpou o líder da oposição Julio Borges de ser o principal autor da tentativa de assassinato em 04.08, quando um drone explodiu perto do estrado onde Maduro fez um discurso durante uma celebração militar.
Um segundo drone caiu em um prédio de apartamentos a duas quadras de onde o presidente estava. Sete membros da Guarda Nacional ficaram feridos, embora o chefe de Estado estivesse ileso.
À época, Maduro acusou o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos e a oposição venezuelana à tentativa de assassinato.
Próximos Passos
Em razão do fracasso nas recentes tentativas norte-americanas de golpe na Venezuela, sua estratégia deve seguir para a ajuda humanitária a cujo desenrolar poderá ser aplicada a comunicação pública de situação de calamidade que force uma intervenção do conjunto das nações,
Para neutralizar esse passo estratégico norte americano, o governo venezuelano ergueu barricadas nas coneções rodoviárias entre Venezuela e Colombia, objetivando impedir a entrada de alimentos e remédios à população venezuelana.
O impasse continua.
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