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Internacional

Segunda-Feira, Dia 16 de Março de 2020 as 16:03:19



COVID-19 Estudo Internacional aponta que 478 mil brasileiros podem morrer


 
Pesquisadores de uma das mais renomadas universidades do mundo publicaram neste domingo um estudo calculando e comparando as prováveis mortes pelo novo coronavírus no Brasil e na Nigéria. Os dados são alarmantes.
 
Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicaram neste domingo um estudo preliminar calculando e comparando as prováveis mortes pelo novo coronavírus no Brasil e na Nigéria. Aqui, de acordo com a projeção, deve haver até 478 mil mortes. Trata-se de um preprint, ou seja, um estudo que ainda não foi revisado por outros pesquisadores, nem validado por uma publicação científica, mas que é antecipado para acelerar a circulação de informações de interesse público em emergências – exatamente como a crise que estamos vivendo.
 
“Esse processo de peer review [revisão por colega] leva meses, então acaba retardando o processo de disseminação da informação”,
 
explicou Jadel Kratz, gestor de pesquisa na Drugs for Neglected Diseases initiative, uma ONG que pesquisa medicamentos e vacinas para doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica por não darem lucro.
 
Como se trata de um estudo preliminar, ele ainda será discutido pela comunidade científica nos próximos dias. É possível que os autores decidam fazer correções na sua versão final. Por isso, é necessário olhar para os números com cautela.
 
Para chegar aos números, os pesquisadores analisaram a proporção entre jovens e idosos da população de vários países. O novo coronavírus é particularmente fatal para a população mais velha. Para entender o padrão de mortalidade da doença, os cientistas analisaram dados da Itália, onde 1.809 pessoas já morreram, e da Coreia do Sul, que, apesar de ser a nação mais afetada do mundo, com mais de 7.700 casos, teve apenas 60 mortes.
 
A população dos dois países é parecida em números absolutos, mas diferente em estrutura demográfica: a Coreia tem mais jovens, e a Itália, mais velhos. Analisando os padrões de letalidade da doença, os pesquisadores projetaram seus efeitos nos países que ainda não chegaram ao pico dramático da pandemia – caso do Brasil.
 
Aqui, 2% da população têm mais de 80 anos. Embora qualquer pessoa a partir de 60 anos já seja considerada vulnerável, é esse o grupo que corre maior risco de vida com a Covid-19, a doença provocada pela nova variedade do coronavírus, que começou a se espalhar na China e já contaminou mais de 160 mil pessoas no mundo e matou outras 6 mil.
 
Analisando a taxa de mortalidade da doença em diferentes idades e fazendo as projeções para cada população, os pesquisadores chegaram ao cenário de possíveis 478.629 mortos no Brasil, número maior que o da Nigéria, que tem uma população mais jovem.
 
A pesquisa parte do princípio de que 40% da população de cada país será infectada pelo novo coronavírus. A porcentagem é baseada em uma outra pesquisa, da Universidade de Harvard, nos EUA, que afirma que a proporção de contaminados em escala global será de 40% a 70%. É uma premissa razoável, considerando que especialistas indicam que a Alemanha, com pouco mais de um terço do número de contaminados na Itália, atual epicentro da pandemia, terá até 70% de seus habitantes infectados.
 
“Hipóteses podem ser ajustadas, mas a forte relação entre a estrutura demográfica de uma população e o número de mortes se mantém”,
 
escreveu uma das autoras da projeção, Jennifer Dowd.
 
“Isso deve afetar a intensidade necessária das medidas tomadas em uma população para reduzir o número de casos mais críticos e a sobrecarga do sistema de saúde”.
 
Numa troca de e-mails com o Intercept, Dowd explicou que a pesquisa não estima em quanto tempo esse número seria atingido.
 
“É óbvio que medidas de contenção podem reduzir esse número, mas escolhemos [usá-lo] como uma ilustração do que é possível”,
 
escreveu a pesquisadora de Oxford, especialista em demografia e saúde populacional. Dowd nos explicou que o estudo não têm condições de projetar qual seria a redução de mortes caso o governo tome medidas intensas, como o isolamento compulsório da população.
 
O que fazer?
 
Segundo a pesquisa de Oxford, evitar o contato com outras pessoas e colocar em prática políticas públicas para retardar a transmissão são maneiras eficazes de frear o mais perverso efeito da Covid-19: a enxurrada de casos graves simultâneos que sobrecarrega o sistema de saúde e faz com que parte dos pacientes graves fique sem atendimento. É o que vem acontecendo na Itália, onde médicos têm de escolher quais pacientes vão tratar.
 
Os pesquisadores dizem que, quanto maior a quantidade de idosos na população, mais drásticas terão de ser as medidas adotadas por cada país. E que elas devem levar em consideração o impacto sobre a população mais sensível ao vírus. O fechamento indiscriminado de escolas, por exemplo, pode colocar crianças – um grupo com alto índice de transmissão, mas pouco perigo de mortalidade – em contato próximo com os avós, o grupo em maior risco.
 
Segundo Jenn Dowd, altos níveis de contato entre pessoas de gerações diferentes aumentam os riscos de letalidade – e é por isso que políticas que restringem a circulação são eficazes. Veja, por exemplo, a diferença no impacto da doença em duas cidades italianas. A prefeitura de Lodi restringiu a circulação de seus moradores nos primeiros dias da epidemia, em 23 de fevereiro. Bérgamo, em compensação, levou mais duas semanas para fazer isso. Resultado: Bergamo contava cerca de 2.300 casos até a última sexta-feira, 13 de março – quase o dobro de Lodi.
 
Confira no anexo a integra do estudo acadêmico elaborad por pesquisador da Universidade de Oxford, a respeito da propagação e letalidade do Covid-19 no Brasil  

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: PRAGMATISMO POLÍTICO





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