Política do "I love you" de Bolsonaro fracassa na industria brasileira do aço: EUA reduzem cota de importação de aço brasileiro
Ministérios da Economia e das Relações Exteriores dizem que está tudo bem, não tem importância, cofiam na parceria
O governo dos EUA anunciou que reduzirá a quota para entrada de aço semi-acabado do Brasil no mercado norte-americano. A medida, segundo o presidente Donald Trump, se deu porque houve mudanças significativas no mercado de aço dos EUA, que se contraiu em 2020, depois de aumentar em 2018 e 2019.
Em nota conjunta, publicada na noite do sábado, 29.08, os ministérios brasileiros das Relações Exteriores e da Economia afirmaram que apesar da redução, as tarifas sobre o comércio bilateral do aço intra-quota permanecerão isentas, a exemplo do que ocorreu em 2019. Segundo a nota, uma rodada de negociação entre os dois países será realizada em dezembro.
"O governo brasileiro mantém a firme expectativa de que a recuperação do setor siderúrgico dos EUA, o diálogo franco e construtivo na matéria, a ser retomado em dezembro próximo, e a excepcional qualidade das relações bilaterais permitirão o pleno restabelecimento e mesmo a elevação dos níveis de comércio de aço semi-acabado. Essa perspectiva coaduna-se com os atuais esforços conjuntos de integração ainda maior das economias dos dois países",
diz a nota.
Há dois anos, o governo do presidente Donald Trump começou a adotar medidas que afetaram as exportações brasileiras. A primeira foi a imposição, em março de 2018, de quotas para as compras de aço brasileiro e a taxação de 10% das compras de alumínio brasileiro pelos EUA.
Em dezembro do ano passado, Trump já havia anunciado a intenção de reduzir as quotas de exportação do aço brasileiro, mas recuou após negociações com o governo brasileiro.
Na ocasião, o Instituto Aço Brasil, entidade representativa dos produtores de aço no Brasil, disse que recebeu a decisão com perplexidade. Em posicionamento publicado em sua página na internet, o instituto disse que a decisão era uma retaliação ao Brasil, e que a medida acabaria "por prejudicar a própria indústria produtora de aço norte-americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas."