FOMC Ratificou juros perto de zero até 2023 e trouxe poucas novidades no comunicado
FOMC - Como amplamente esperado, o FOMC decidiu manter os juros entre 0,0% e 0,25%, ratificou o posicionamento dependente dos dados, sinalizou estabilidade dos juros até 2023 e ratificou o piso para o Quantitave Easing.
• Robert Kaplan votou contra a decisão de política. Pois considera apropriado manter o atual intervalo da meta até que o Comitê esteja confiante de que a economia resistiu aos eventos recentes e está no caminho para atingir suas metas máximas de emprego e estabilidade de preços, mas prefere que o Comitê mantenha maior flexibilidade da taxa para além desse ponto.
• Neel Kashkari também votou contra, pois prefere que o Comitê indique que espera manter o atual intervalo da meta até que o núcleo da inflação atinja 2% de forma sustentada.
Projeções Econômicas
• Os dirigentes esperam queda de 3,7% do PIB em 2020, muito melhor do que as projeções apontadas em junho, de queda de 6,5%. Apesar disso, o crescimento de 5% esperado para 2021 foi reduzido para 4% e para 2022 e 2023 a expectativa aponta para avanço de 3,0% e 2,5%, respectivamente;
• A taxa de desemprego deve terminar 2020 em 7,6%, pouco melhor que os 9,3% anteriormente projetados. Para 2021, 2022 e 2023 o desemprego deve ficar em 5,5%, 4,6% e 4,0%, respectivamente.
• 13 dirigentes veem juros entre zero e 0,25% em 2023, dois esperam alta para 0,25% e 0,50%, e um, entre 1,25% e 1,5%.
• A inflação dos EUA (PCE) deve ficar em 1,2%, em 2020, melhor que os 0,8% projetados em junho, e avançar 1,7% em 2021, 1,8% em 2022 e 2,0% em 2023.
Comunicado - Destaques:
• A atividade econômica e o emprego aumentaram nos últimos meses, mas permanecem bem abaixo dos níveis do início do ano.
• A demanda mais fraca e os preços do petróleo significativamente mais baixos estão segurando a inflação ao consumidor.
• A trajetória da economia dependerá significativamente do curso do vírus. A atual crise de saúde pública continuará a pesar sobre a atividade econômica, o emprego e a inflação no curto prazo e apresenta riscos consideráveis para as perspectivas econômicas no médio prazo.
• O Comitê busca atingir o nível máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. Com a inflação persistentemente abaixo dessa meta de longo prazo, o Comitê terá como objetivo atingir a inflação moderadamente acima de 2% por algum tempo, de modo que a inflação média seja de 2% ao longo do tempo e as expectativas de inflação de longo prazo permaneçam bem ancoradas em 2%.
• O Federal Reserve aumentará suas participações em títulos do Tesouro e títulos garantidos por hipotecas de agências, pelo menos no ritmo atual para manter o funcionamento do mercado e ajudar a promover condições financeiras acomodatícias.
POWELL (destaques)
• Inflação pode ficar acima da meta por um tempo para compensar períodos em que ficou deprimida. Inflação média é adequada para manter expectativas de inflação bem ancoradas;
• Juros ficarão inalterados até que alcancem máximo emprego e inflação a 2% em longo prazo;
• Estamos começando a ver melhora de investimentos das empresas, mas muitas pessoas estão desempregadas e precisarão de ajuda;
• Mais apoio fiscal provavelmente será necessário;
• Recuperação econômica está rápida agora, mas esperamos que ritmo diminua: levará algum tempo para retornarmos à condições econômicas anteriores à crise.