Diário do Mercado na 5ª feira, 21.03.2019
Ibovespa tem nova rodada de realizações com firme volume
Comentário.
O mercado doméstico foi predominante. Mesmo com a melhora do humor nas bolsas de Nova York, que avançaram após os investidores digerirem de forma mais minuciosa o comunicado da véspera do Fed, o Ibovespa teve perda pelo terceiro pregão consecutivo. Internamente, o índice chegou a sofrer revés maior ao longo do dia, com citações de alguns políticos dando conta que parte da reforma dos militares que foi proposta não estaria condicente, bem como chegou a ser elencado que as prisões de um ex-presidente e de um ex-ministro poderiam suscitar preocupações políticas - que foram logo descartadas.
Em verdade, após o Ibovespa ter atingido seu recorde histórico no início desta semana, chegando a ir ligeiramente acima do “objetivo psicológico” dos 100 mil pts, nada mais natural que houvesse realizações. Obviamente que existe muita sensibilidade dos investidores em torno do andamento da reforma da previdência, considerada pelo mercado como o cerne da questão fiscal do País.
No Brasil, o dólar comercial terminou cotado a R$ 3,8000 (+0,88%), com repique das recentes baixas. A curva da estrutura a termo da taxa de juros subiu como um todo, após algumas taxas terem tocado ontem em suas mínimas históricas, com destaque altista para a ponta longa, acompanhando o movimento do câmbio.
Ibovespa.
O índice iniciou cedendo e logo depois foi progressivamente acentuando sua trajetória declinante, vindo abaixo dos 95 mil pts e chegando na mínima do dia pouco depois das 13h.
Depois, apresentou alguma reação, mas, provavelmente, mais influenciada por “zeragem” de posições vendidas anteriormente ao longo da sessão.
Entre as blue chips, a Vale terminou em alta, com a subida do preço do minério de ferro, enquanto Petrobras sucumbiu com a baixa do preço do petróleo. O setor de bancos - o maior - também sofreu revés no dia.
O Ibovespa fechou aos 96.729 pts (-1,34%), acumulando -2,43% na semana, +1,20% no mês, +10,06% no ano e +13,83% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,568 bilhões, sendo R$ 16,775 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 19 de março (último dado disponível), houve entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 383,785 milhões, com ingresso de R$ 2,457 bilhões em março. Assim, o saldo positivo no ano situa-se em R$ 1,362 bilhão.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real. A desvalorização da moeda brasileira esteve diretamente ligada ao mercado doméstico, onde predominou um sentimento de cautela do investidor.
O dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,8000 (+0,88%), acumulando variações de -0,52% na semana, +1,25% no mês, -1,94% no ano e +16,88% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil subiu a 164 pts ante 160 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram em alta ao longo de toda curva, em meio a piora do humor doméstico.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,55%, de 6,325% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 6,851% para 6,87%. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,862% para 7,94%. A do DI para janeiro de 2025 encerrou em 8,49%, de 8,391%.
Agenda Econômica
A Secretaria da Receita Federal informou que a arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais foi de R$ 115,062 bilhões em fevereiro, com aumento real de 5,36% versus fevereiro do ano passado (R$ 109,212 bilhões).
Nesta métrica, foi o melhor resultado histórico para os meses de fevereiro. No 1º bimestre do ano, acumulou R$ 275,487 bilhões - sendo o melhor 1º bimestre desde 2014 (R$ 276,177 bilhões).
Para a semana
Brasil: Confiança industrial CNI e Criação de empregos formais.
EUA: PMI Manufatura e Vendas de casas já existentes.
Europa: PMI Manufatura (Alemanha, França e zona do euro).
Confira no anexo a íntegrao do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 21.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos