“Minha vida é música, não vivo sem ela. Minha mãe se chamava Lira, que é o símbolo da música. Não preciso dizer mais nada”.
Altamiro Carrilho, em entrevista à TV Cultura São Paulo
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro na manhã desta 4ª feira, 14.08.2012, aos 87 anos, o músico instrumentista e compositor, Altamiro Carrilho, acometido de um câncer pulmonar. Ele fora internado em julho último na Clínica Ênio Serra, no bairro de Laranjeiras, em virtude complicações pulmonares.
Com mais de 70 anos de carreira musical, é autor de cerca de 200 composições editadas em mais de 100 discos.
Revelado no programa de radio “Calouros em Desfile”, de Ary Barroso, no início dos anos 40, acumulou desde então registros com grandes músicos brasileiros tais como Canhoto da Paraíba, Orlando Silva, Francisco Alves, Moreira da Silva; e, mais recentemente, com Beth Carvalho, Chico Buarque, Elis Regina, Eliseth Cardoso, Luis Melodia, Nara Leão, Raphael Rabelo, Gilberto Gil e muitos outros.
Nos anos 80, extremamente modesto e humilde, Carrilho foi reconhecido pelo grande flautista francês, Jean-Pierre Rampal, como um os melhores flautistas do mundo. Na ocasião, o País recebia em tourné o flautista francês em apresentação no Teatro de Cultura Artística, em São Paulo SP. Altamiro Carrilho vinha da edição de seu LP “Clássicos no Choro”, poucos anos antes, em que executava música de concerto ao ritmo de chorinho.
O jornal Diário da Rússia, noticia que “o grande músico brasileiro Altamiro Carrilho foi sucesso também em território russo e nos países da extinta União Soviética, quando lá se apresentou na década de 60. Após o seu aplaudidíssimo show em Moscou, em 1963, o Maestro Boris Trisno, um dos mais conceituados da Rússia, afirmou que ‘Altamiro Carrilho é um dos músicos mais afinados do mundo e um dos melhores solistas de flauta do planeta’. Seu êxito na União Soviética foi tamanho que o músico precisou estender sua permanência no país por três meses para atender aos sucessivos convites que recebia para se apresentar em várias partes do país.”
O corpo do grande músico será enterrado em sua cidade natal no interior do estado do Rio de Janeiro, Santo Antônio de Pádua, onde nasceu em 21 de dezembro de 1924.