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Economia e Finanças

Segunda-Feira, Dia 07 de Agosto de 2017 as 04:08:42



ATA DO COPOM: Velocidade de cruzeiro, por ora - Análise do Itau BBA


 
Esperamos que o Copom repita a redução de 1,00 p.p. na reunião de Setembro.
 
A ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) confirmou a indicação do comunicado divulgado após o encontro de que o cenário base por enquanto é de um corte de 1,00 p.p. na taxa Selic em setembro, contanto que permaneçam inalteradas as condições econômicas — especificamente, a estabilidade da atividade econômica diante da grande ociosidade, particularmente no mercado de trabalho.
 
O documento também sugere que o debate dentro do comitê sobre o corte a ser anunciado na próxima reunião continua limitado a um intervalo entre 0,75 e 1,00 p.p.
 
A menos que ocorra um choque, o quadro macroeconômico dificilmente mudará muito até o início de setembro e, sendo assim, esperamos que o Copom repita a redução de 1,00 p.p. Depois disso, levando em conta o estágio do ciclo, é provável que o comitê desacelere o ritmo de flexibilização monetária para 0,50 p.p. por reunião, levando a Selic a 7,25% no fim do ano.
 
Evolução recente da economia e cenário base
 
O comitê entende que os dados econômicos divulgados desde a última reunião, em maio, permanecem consistentes com a estabilização da economia no curto prazo, seguida de uma recuperação gradual. O comitê ressaltou que o recente aumento das incertezas no tocante a ajustes e reformas econômicas impactou negativamente a confiança dos agentes, mas que, por enquanto, esse quadro teve influência limitada sobre a atividade.
 
Os integrantes do Copom reafirmaram que o ambiente externo é favorável: a recuperação gradual não exerceu pressão sobre as condições financeiras nas economias avançadas. Isso contribuiu para sustentar o apetite por ativos de risco dos mercados emergentes. Além disso, diminuiu a chance de uma mudança mais agressiva nas economias centrais (leia-se: EUA).
 
No parágrafo 4, o comitê nota que a dinâmica de inflação permanece favorável, que o processo de desinflação se tornou disseminado (inclusive em componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária) e concluiu que o aumento das incertezas até agora foi neutro do ponto de vista da inflação.
 
O texto em seguida descreve as principais premissas e projeções do Copom. Em relação às premissas, o comitê cita as expectativas para o avanço dos preços administrados, em 6,6% para 2017 e 5,3%para 2018.
 
As projeções de inflação considerando taxas de juros e de câmbio de mercado ficaram em 3,6% em 2017 (4,0% anteriormente) e 4,3% em 2018 (4,6% anteriormente), com a taxa básica de juros em 8,0% no final de 2017 e 2018 (8,5% anteriormente), evidenciando notável melhora no cenário prospectivo.
 
Riscos
 
O Copom enfatizou que a maior incerteza em relação às reformas (em termos fiscais e de crédito) e ao processo de ajuste é o maior risco ao cenário prospectivo.
 
A normalização da política monetária e mudanças nas economias avançadas — com potencial para afetar o apetite por ativos de mercados emergentes — são citadas como principais riscos oriundos do cenário externo.
 
O Copom ressalta que a acentuada desinflação nos preços de alimentos e da indústria pode ter efeitos secundários sobre a inflação — particularmente, pode contribuir para quedas adicionais nas expectativas de inflação e na inflação em outros segmentos. Essa avaliação é consistente com a mensagem de que a economia mostrou sinais de estabilização no curto prazo, mas que a retomada pode ser mais lenta (ou mais rápida) do que o previsto.
 
Discussão de política monetária
 
O parágrafo 13 relata que as evidências disponíveis confirmam a estabilidade da atividade econômica. Os integrantes do comitê esperam que a recuperação seja gradual, mas admitem que o ritmo ainda é incerto.
 
O parágrafo 14 repete a leitura de que o ambiente externo é favorável, com recuperação gradual, e que ainda não exerceu pressão sobre as condições financeiras. Os integrantes debateram os riscos trazidos pela China e pela normalização da política monetária nas economias centrais.
 
No parágrafo 15, os integrantes do Copom expressaram satisfação com a evolução da perspectiva para a inflação, em vista da trajetória das previsões de inflação. O parágrafo seguinte traz uma discussão franca sobre os impactos dos recentes aumentos de impostos sobre a inflação, que parecem limitados ao curto prazo (julho-agosto), concluindo que essas variações extraordinárias de preços não têm implicações relevantes para a política monetária.
 
Segundo o parágrafo 17, o aumento recente da incerteza em relação ao ritmo de reformas e ajustes da economia teve impacto neutro sobre a inflação, pelo que mostram as informações disponíveis.
 
Nos parágrafos 18 a 24, o Copom discute questões importantes, como a extensão do ciclo de flexibilização monetária e seu ritmo. Os integrantes esclarecem que a extensão depende de fatores de curto prazo (atividade econômica e previsões de inflação) e longo prazo (especialmente sensíveis à agenda de reformas).
 
Nossa percepção é que esses fatores provavelmente trabalham em direções opostas, pelo menos por ora.
 
No parágrafo 20, o comitê ressalta que, para uma certa expectativa de extensão de ciclo, o ritmo vai depender do estágio do ciclo, sinalizando que, a partir de agora, mudanças de ritmo tendem a ser para uma flexibilização monetária mais lenta — e não mais acelerada.
 
O texto também oferece argumentos contundentes em favor da reforma econômica, dando apoio às políticas do governo.
 
Decisão de política monetária
 
O comitê afirma que, diante do cenário base e do balanço de riscos, um corte na Selic de 1,00 p.p. é consistente com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a política monetária.
 
O parágrafo 30 repete que a persistência do atual ritmo de flexibilização (1,00 p.p.) dependerá da permanência das condições econômicas (leia-se estabilização da atividade seguida por uma recuperação gradual, com grande ociosidade no mercado de trabalho e inflação comportada) e das estimativas para a extensão do ciclo.
 
Interpretação
 
A reunião de política monetária de setembro acontecerá dias depois da divulgação de dados relevantes — especificamente, o PIB do segundo trimestre — que dificilmente convencerão as autoridades de que as condições econômicas se desviaram muito do cenário base, o que então deve fazer com que mantenham o ritmo de 1,00 p.p.
 
No entanto, até lá o ciclo definitivamente estará em estágio avançado e, portanto, faria sentido o comitê usar a comunicação para preparar o terreno para flexibilização substancialmente (não moderadamente) mais lenta depois disso – i.e., redução do ritmo de cortes para 0,50 p.p. nas últimas duas reuniões do ano.
 
fonte: https://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/macro-brasil/ata-do-copom-velocidade-de-cruzeiro-por-ora
 
 
Confira no anexo a íntegra do estudo realizado pelos economistas do ITAÚ BBA

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: ITAU BBA





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