MACRO BRASIL
Superávit comercial de US$ 6,1 bi em outubro
Julia Gottlieb e Thales Caramella
Pesquisa macroeconômica – Itaú
O superávit comercial em outubro alcançou US$ 6,1 bilhões, próximo das nossas expectativas (US$ 6,3 bi) e abaixo do consenso de mercado (US$ 6,7 bi). O resultado mensal foi positivamente influenciado pelo forte aumento nas exportações de petróleo bruto e de soja. Acumulado em doze meses, o superávit comercial avançou de US$ 56 bi para US$ 57 bi e a média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada avançou de US$ 51bi em setembro para US$ 61 bi.
As exportações somaram US$ 22,2 bi, avançando 12,4% na comparação anual controlada pelo número de dias úteis. Houve forte alta nas vendas de produtos básicos (26,0%), impulsionadas por vendas de petróleo bruto (126,8%) e de soja em grão (114,2%). As vendas de itens semimanufaturados e as de manufaturados também cresceram (3,0% e 5,0%, respectivamente). Na comparação mensal, as exportações avançaram 3,1% (com ajuste sazonal), com avanço de itens básicos (4,2%) e de manufaturados (14,0%), mas com recuo de semimanufaturados (-1,5%).
As importações somaram US$ 16,1 bi, avançando 12,4% na comparação anual controlada pelo número de dias úteis. O avanço foi disseminado entre as categorias: combustíveis e lubrificantes (24,2%), bens intermediários (11,2%), bens de capital (11,1%) e bens de consumo (7,8%). Na comparação mensal, no entanto, houve queda de 0,9%, com recuo de compras de bens de capital (-1,1%) e de bens intermediários (-0,8%).
Os dados de outubro mostraram aumento do saldo comercial na margem. Ainda assim, o superávit encontrase em patamares menores do que os observados em 2017, em função de crescimento maior das importações do que das exportações. Para os próximos anos, projetamos superávit ligeiramente menor, mas ainda em patamares historicamente elevados.
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado por JULIA GOTTLIEB e THALES CARAMELLA, ambos integrantes do departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú