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Editorial

18 de Março de 2019 as 11:03:54



COPOM - O Dilema do BC na definição da SELIC nessa 4ª feira


Será a primeira reunião do COPOM com o novo presidente do BC,
Roberto Campos Neto, o ex-diretor do Banco SANTANDER
 
O COPOM Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) inicia na 3ª feira, 19.03, a segunda reunião de 2019 para definir a SELIC, taxa básica de juros da economia brasileira.
 
O nivel atual da SELIC é de 6,5% ao ano. Na 4ª feira, 20.03, após a segunda parte da reunião e encerrado o expediente bancário, será anunciada a nova taxa que irá vigorar por 45 dias.
 
Instituições financeiras preveem que a Selic deve permanecer este ano no atual patamar. Para 2020, a expectativa é de aumento, encerrando o período em 8% ao ano.
 
Esta será a primeira reunião do COPOM sob o comando do novo presidente do BC, Roberto Campos Neto, o ex-diretor do Banco SANTANDER. É razoável a estimativa que, em sua estreia, deverá emitir ao mercado sinais de estabilidade e continuidade da política econômica.
 
Por isso, não é esperada alteração da taxa SELIC, ainda que a inflação medida pelo IGP-10 da FGV-Rio tenha alcançado 1,4% em fevereiro/2019, taxa que, anualizada, corresponde ao indice estapafúrdio de inflação de 18,2% a ano. Mas, quando muito, o viés poderia ser alterado para "viés de alta".
 
 
... mas há um dilema para o BC
 
Contudo, mesmo que alterado somente o "viés", seria equivalente a admitir a possibilidade de o País estar vivendo uma deterioração do quadro econômico derivado da situação de "alguma" crise política no novo governo, em razão
 

a) das idas e vindas de Bolsonaro, seus "mentidos e desmentidos";

b) da gestão incipiente e desorganizada pelo quadro ministerial, pela luta interna pelo poder, diante da falta direção estratégica e liderança do presidente da República;

c) da ausência de apoio no Congresso na questão dos votos necessários para a aprovação da meta-chave do governo Bolsonaro, a reforma da Previdência;

d) do regime aloprado imposto pelo atabalhoamento e imbecilidade das relações internacionais que quase impôs ao País um conflito bélico amalucado, desnecessário e meramente ideológico;

e) da falta de rumos do comércio exterior, por intrigas desnecessárias e artificiais com nossos principais parceiros econômicos;

f) da suspeita e "quase" evidência de vinculação do clã Bolsonaro com milícias e crime organizado, ensejando um BolsoGate que se busca abafar com um "passeio" na Casa Branca;

g) da evidência de incapacidade do Itamarati e do próprio presidente  da República de obter benefícios ao País em negociações externas, como se pode observar na cessão da Base de Alcântara, na aproximação com Israel e nas intrigas criadas mediocremente com a China e países árabes;

h) da desconfiança que começa a surgir a respeito da capacidade dos militares porem alguma ordem no governo ...

 

Isso corresponde a dizer que, em um quadro de respeito à independência do BC, seria razoável a elevação da taxa SELIC. Isso demonstraria ao mercado a gestão autônoma da política monetária, seria um sinal de busca de controle do movimento especulatório que começa a ser criado em razão da estabilidade política.
 
Contudo, subir a taxa SELIC, neste momento, significaria também reconhecer a incipiência do governo Bolsonaro.  
 
Eis o dilema do BC: se o COPOM subir a SELIC significa reconhecer crise política do governo; se não subir a SELIC, significa não haver independência da gestão da política monetária pelo BC.
 
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia da reunião, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. Nesse primeiro dia, participam do encontro cenaristas e analistas integrantes dos departamentos especializados o Banco Central. No segundo dia, os membros do Copom, formado exclusivamente pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a SELIC.
 
 


Fonte: da Redação JF

 
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