EDITORIAL
O Lixo da História
Mesmo portando nas costas a inoperância irresponsável do governo Bolsonaro diante da ruína do País e do crescente nivel de desemprego e a evaporação das Reservas Internacionais, em favor da fuga de capitais sem fim previsto, promovida pelo 1% bilhardário e pelas multinacionais em sua debandada de investimentos e remessa exorbitante de lucros às matrizes, o ministro da Economia Paulo Guedes dirige violento ataque às categorias de servidores que fazem a heroica frente contra a pandemia Covid-19, negando-lhes, neste momento crítico da sociedade brasileira, o reajuste salarial legal, justo e plenamente merecido.
Não bastasse o terrorismo promovido por sua gestão incompetente e demolidora do Estado Brasileiro, sem nada construir em substituição, tendo adiado para o final de um possível segundo mandato de Bolsonaro o início da idealizada retomada do crescimento, o fracasso do fracasso, Paulo Guedes conduz a liquidação das reservas internacionais brasileiras que são, após a mutilação do FGTS, do PIS-PASEP e do FSB Fundo Soberano do Brasil, último tesouro e a garantia de segurança contra ataques especulativos de fundos abutres internacionais -- recursos que certamente teriam melhor aplicação na ativação da economia do País, que a transferência ao exterior de riqueza do 1% mais rico da população brasileira a paraisos fiscais livres-cambistas.
Como gestor público de confiança dessa elite, a personagem Paulo Guedes e sua política ultraliberal compõem o nefasto quadro de terrorismo econômico destinado a construção de oportunidades de negócios de interesses desse grupo detestavel que, avesso à democracia, promoveu o golpe de estado de 2016 com o objetivo de destruir a Constituição de 1988 no que ela construiu de cidadania à população brasileira. A crise política gerada foi contudo profunda, a economia parou e, aterrorizado, o capital foge do País, sob o embalo da crise sistêmica mundial.
Bolsonaro, por sua vez, é o guardião de Paulo Guedes e garantidor de suas ações demolidoras e antinacionais. Ocupa o palco do circo e atrai a atenção da plateia enquanto os instaladores das jaulas dos leões preparam a cena da próxima atração.
Apoiados ambos pela elite internacionalista que controla o País, descomprometida com a Nação e, como escreveu o professor Dr. Jessé Souza, ladra dos recursos públicos pela porta do Banco Central(¹), devem ser chutados todos para lixo da história, seu merecido lugar.
Que o ministro do STF, Celso de Mello, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, consigam fazer seu trabalho.
Impedimento de Bolsonaro agora !
(¹) SOUZA, Jessé. A Classe Média no Espelho. p.168-180. 1ª ed, Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2018.