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Economia e Finanças

15 de Setembro de 2021 as 11:10:17



NIÓBIO - Estratégia de Exploração com a CBMM tendo 85% do mercado mundial


Minério de NIÓBIO
 
CBMM e a estratégia de exploração do Nióbio em Araxá
 
Investir em pesquisa, tecnologia e inovação foi a estratégia da CBMM Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, que explora nióbio em Araxá (MG). O minério não está entre os elementos de terras-raras, mas possui características de exploração e de emprego semelhantes.
 
CBMM é responsável por 85% do nióbio utilizado no mundo.
 
“O programa de nióbio da CBMM, em Araxá, tem 50 anos. Começou do zero, tanto em termos de inovação tecnológica quanto em termos de mercado. O programa foi pensado para longo prazo e conseguimos construir o que é conhecido hoje: uma liderança mundial nas aplicações de terras-raras”,
 
explicou o presidente da empresa, Tadeu Carneiro.
 
O nióbio diminui o peso do aço quando alguns gramas são adicionados a toneladas. Para uma tonelada de minério de ferro, são necessários apenas 200 gramas de nióbio, resultando em uma liga mais flexível, que pode ser moldada. Usado em pontes, tubulações, carros ou qualquer outra máquina, especialmente aeronaves, esse aço resiste a altas pressões e temperatura.
 
“Essa liga feita por nióbio é tecnologicamente brasileira”,
 
explicou o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Carlos Nogueira. O nióbio tem como concorrentes o ­vanádio e o titânio.
 
De acordo com Tadeu Carneiro, à época em que a empresa começou as atividades, o nióbio era só uma possibilidade teórica, uma inovação de laboratório.
 
“Então, o desafio era criar um mercado que não existia para o nióbio e desenvolver um processo de aproveitamento do mineral”.
 
Terras Raras
 
A CBMM pretende produzir terras-raras a partir dos rejeitos de nióbio. A intenção é investir na pesquisa de tecnologias associadas aos elementos.
 
“Se você não tiver tecnologia e não investir continuamente para ser cada vez mais eficiente, pouco adianta. O que falta em relação a terras-raras é tecnologia. A CBMM se destacou pelo desenvolvimento de processos e produtos para aplicação no mercado. Para conseguir isso, foi preciso conquistar autoridade tecnológica para sentar à mesa com os membros de toda a cadeia produtiva até o usuário final, o que conseguimos ao longo dessas décadas todas, investindo num programa de longo prazo”,
 
avaliou.
 
Mercado
 
Carneiro ressalta que os funcionários da mineradora detêm o conhecimento tecnológico utilizado pela empresa.
 
“Não existe um quilo de minério de nióbio que saia de Araxá como matéria bruta. Só produtos de valor agregado, graças a essa estratégia. A etapa de mineração em Araxá é só uma das mais de 15 etapas tecnológicas para transformação do minério em produto acabado, que é o que se procura nesse debate no Senado”,
 
ensinou.
 
Ele destaca que um programa de terras-raras que tenha sucesso é uma corrida tecnológica, na qual são necessários parceiros estratégicos.
 
“Não posso dizer quais são os parceiros estratégicos de fora do país que estão trabalhando conosco por problema de sigilo, mas não são chineses. E estão interessados em que se desenvolvam fontes alternativas aos produtos de terras-raras de mais alto valor agregado. Existem mais de 400 projetos de terras-raras no mundo e é preciso investir na cadeia de valor, como fizemos com o nióbio ao longo do tempo”.
 
Na CBMM, o potencial máximo de produção de terras-raras com o rejeito da produção de nióbio é de cerca de 90 mil toneladas por ano.
 
“Como o mercado mundial está em cerca de 160 mil toneladas, não acredito que ninguém tenha a ambição de ter 60% ou 70% do mercado imediatamente. Mas o potencial de 90 mil toneladas nessas condições é muito importante”,
 
avisou.
 
Segundo ele, a empresa já domina a separação dos diferentes óxidos. O investimento agora é no desenvolvimento das outras etapas da cadeia produtiva para deter o conhecimento de fabricação de produtos de terras-raras de maior valor agregado.
 
“A cadeia de ímãs permanentes tem a ver com neodímio e praseodímio. Já temos, em bancada de laboratório, como separar os diversos óxidos. A peça do quebra-cabeça que ainda está faltando é a redução, por eletrólise de sal fundido, para obter o metal. Uma vez alcançado esse objetivo, passaremos à produção das ligas metálicas e dos ímãs permanentes de terras-raras. E já temos uma parceria com uma instituição que fez isso no passado: o IPT Instituto de ­Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. O engenheiro Fernando Landgraf, presidente do instituto, é um dos maiores especialistas em magnetismo, em ímãs permanentes que temos”.
 
Para Edson Ribeiro, da Vale, a CBMM faz um marketing de grande sucesso, pelo qual consegue controlar o mercado a partir do domínio de custo e preço.
 
“Não há incentivo para outra empresa produtora de nióbio entrar no mercado porque o Brasil pode baixar o preço, como a China fez nas terras-raras. Como nosso custo de produção é muito baixo, a gente pode baixar o preço e fazer um novo projeto ficar inviável, por causa da intensidade de capital. É um mineral estratégico? Acredito que sim, mas não há falta de nióbio no mercado”,
 
afirmou.


Fonte: AGENCIA SENADO. Revista de Audiências Públicas do Senado setembro/2013





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