País arrasado: Guedes não entrega o que prometeu à oligarquia golpista
A Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia divulgou relatório em 30.10, desapercebido pela mídia monopolista, em que informa que somente em 2027 o País voltará a registrar superávit primário (resultados positivos nas contas do governo sem os juros da dívida pública).
Paulo Guedes já havia reconhecido fracasso, em 13.09.2020, de que o PIB brasileiro só voltaria a crescer em 2022, talvez, ao final do mandato do desgoverno Bolsonaro, três meses antes da deflagração da Pandemia Covid-19.
Este, agora, é mais um fracasso de Paulo Guedes em sua política desarticuladora e destruidora de economia brasileira, voltada exclusivamente a arrematar o patrimônico público brasileiro aos grandes grupos economicos, internacionais e alguns poucos nacionais e, dentre este, notadamente o Banco BTG Pactual, de que é fundador.
O relatório ora apresentado é um estudo típico a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional, que deveria tê-lo elaborado, por seus técnicos do quadro da carreira especial do Estado Brasileiro, os Analistas de Finanças e Controle. Mas, não, foi a Secretaria Especial do Ministério da Economia quem o elaborou, Como era de se esperar, os técnicos não-de-carreira, sob seu comando no ministério da Economia, bailaram para conseguir culpar os pagamentos do Auxílio Emergencial aos pobres e miseráveis do País, como responsáveis pelo estado de destruição em que se encontram as finanças descuidadas por Guedes e sua troupe de economistas mambembes, especializada em aplicar os termos do Consenso de Washington(1).
O relatório apresentado pela Secretaria Especial do ME elevou, de 12,5% para 12,7% do PIB Produto Interno Bruto, a previsão de déficit primário para o setor público em 2020. Em números, isso corresponde à projeção de resultado negativo subir de R$ 895,9 bilhões para R$ 905,4 bilhões. isto é, como a projeção anterior fora apresentada em setembro último, a percepção do estado crítico piorou cerca de R$ 10 bilhões, de setembro a outubro/2020.
Essa conta inclui tanto o déficit da União, como de estados, municípios e empresas estatais. Mas, como as empresas estatais têm sido superavitárias e os governo estaduais e municipais, igualmente, é de se julgar que os dados exclusivos do governo central são ainda piores que os números apresentados acima.
O relatório elevou de R$ 607,2 bilhões para R$ 615 bilhões a previsão de impacto no resultado primário das medidas de combate à doença e de sustentação da economia.
Mais Promessas
De 12,7% do PIB de déficit primário em 2020, o resultado negativo encolheria para 3,1% do PIB em 2021, estima o Relatório, e cairia continuamente até 2026, segundo o cenário apontado no relatório. A partir de 2027, o País voltaria a ter contas públicas no azul, registrando superávit primário, que continuaria a crescer até atingir 1,3% do PIB em 2029.
Se forem considerados todos os compromissos a serem honrados neste ano, a necessidade de financiamento deverá alcançar 17,2% do PIB no fim de 2020, apontou o relatório. Tanto a necessidade de financiamento como o déficit primário são cobertos por meio da emissão de títulos da dívida pública.
PIB cai 4,98% em 2020, diz ministério
As projeções para levaram em conta as estimativas das instituições financeiras divulgadas no boletim Focus, do Banco Central, em 19 de outubro: encolhimento de 4,98% do PIB neste ano, inflação de 2,6% pelo IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e déficit primário de 12,7% do PIB em 2020. A taxa Selic (juros básicos da economia) começaria 2021 em 2% ao ano e subiria gradualmente para 6% ao ano até 2024.
Pelas projeções do Ministério da Economia, o PIB cresceria 3,5% em 2021 e subiria, em média, 2,5% ao ano entre 2022 e 2029.
Arrecadação cai R$ 27,5 BI em 2020, diz ministério
Para calcular o impacto de R$ 615 bilhões dos gastos com a pandemia, a equipe econômica considerou redução de R$ 27,5 bilhões na arrecadação em 2020, contra queda de R$ 20,6 bilhões no relatório divulgado em setembro.
Apoio bilhardários aos bancos camuflado no meio da verba do FGTS pago aos trabalhadores
Foram mantidas em R$ 3,8 trilhões as estimativas de impacto orçamentário das medidas financeiras de apoio ao crédito empresarial pelos bancos, renegociação de dívidas de Estados e Municípios, bem como os saques emergenciais do FGTS. Esses direcionamentos não interferem no déficit primário.
(1) O receituário econômico preconizado pelo Consenso de Washington traz como preceitos (a) abertura comercial e financeira da economia; (b) privatização das empresas estatais; (c) controle das contas públicas; (d) a política do tripé macroeconômico: câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação.
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