Renda Fixa - Mercado Secundário de Debêntures 14/12/2017
Dúvidas com o quadro fiscal elevam prêmios nas curvas e acentuam indefinição entre as debêntures
No mercado de renda fixa, os agentes vêm se mostrando gradativamente mais arredios, em face dos receios na condução da reforma previdenciária, aumentando a exigência de prêmios em prazos mais longos e contribuindo para configurar um quadro geral de indefinição de tendência, entre os principais ativos no secundário. Esta postura mais cautelosa, sugerida pelo comportamento das curvas DI e NTN-B, se reflete entre as 50 debêntures monitoradas, em um expressivo desempenho conjunto de seus preços igual a zero, ao longo da semana.
Neste contexto, ainda que 24 papéis tenham apresentado valorização, a análise gráfica revela um agravamento do cenário de incerteza, ao identificar mais um título entrando em tendência indefinida (RDVT11) e outros consolidando padrões de congestão, como retângulos e oscilações em torno de médias móveis – totalizando 8 papéis sem definição no curto prazo, em um conjunto de 12, avaliados graficamente.
Dessa forma, permanece a recomendação de cautela e estrita atenção aos sinais emitidos pelas curvas de juros. Neste momento, é possível observar uma inédita inclinação da curva DI, com reiterados incrementos nos yields longos. Entre eles, merece destaque o derivativo de jan/2027, cujo rendimento superou a linha de inversão aos 10,5% e se consolidou em campo de alta, de modo consistente, confirmando o quadro mais preventivo. A propósito, cabe ponderar que o aumento do volume total negociado no secundário neste mês sofreu uma relevante distorção, motivada por duas transações de FERR19, que, sozinhas, representam 25% do total.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado Secundário de Debêntures, (Renda Fixa), elaborado por Renato Odo, CNPI-P, e analista sênior, e José Roberto dos Anjos, CNPI-P, analista sênior, ambos do BB Investimentos