Diário de Mercado na 5ª feira, 05.07.2018
Ibovespa sinaliza cautela, enquanto dólar e juros futuros se alinham em tendência de alta
Resumo.
Após o feriado nos EUA, os mercados domésticos retomaram os volumes habituais, com sinalização de alta entre os juros futuros DI e indefinição de tendência para o Ibovespa, enquanto o dólar cumpre a valorização pontuada pelo comportamento gráfico e o risco pelo CDS recua marginalmente, mas ainda em campo de alta.
A divulgação da ata do Fomc [ o Copom norteamericano ] reforçou a valorização do dólar em mercados emergentes e confirmou a expectativa de mercado, alinhada à expectativa de continuidade de alta gradual dos juros norte-americanos. Domesticamente, influíram as repercussões das primeiras coligações no quadro eleitoral.
Ibovespa.
O comportamento altista do índice, observado nos últimos dias, cedeu lugar a padrões de indefinição de tendência no gráfico intradiário, respeitando a resistência em torno dos 75.000 pontos.Entre os principais vetores, destacam-se o segmento de materiais básicos, em alta, contraposto pela queda de utilities, energia elétrica e financeiro.
O Ibovespa encerrou aos 74.553 pts (-0,25%), acumulando avanço de 2,46% no mês, queda de 2,42% no ano e alta de 18,05% em 12 meses. O volume financeiro preliminar da Bovespa totalizou R$ 8,67 bilhões, com R$ 8,38 bilhões no mercado à vista.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em queda e oscilou entre padrões gráficos de dúvida, até a divulgação da ata do Fomc, quando então retomou a tendência de alta configurada nos últimos dias.
De modo geral, a cotação oscilou em pequenas variações frente às principais moedas, mas voltou a se valorizar perante as divisas de emergentes, como Chile, Brasil, Índia e China, e o Euro.
O dólar fechou cotado a R$ 3,9300 (+0,43%), acumulando alta de 1,37% em julho, 18,55% no ano e de 19,38% em 12 meses. A moeda cumpriu a sinalização identificada no dia anterior, ao romper a resistência gráfica de R$ 3,92, renovando forças altistas em direção à linha dos R$ 3,97. Mas a volatilidade pode permitir breves correções no nível do suporte. Próximo suporte em R$ 3,87 e resistência em R$ 3,97.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou discretamente, chegando a 262 pontos (contra 266 do dia anterior), mas o perfil gráfico ainda configura tendência de alta.
Juros.
Retomando a normalidade do volume negociado, os juros DI apresentaram alta em todos os vencimentos, com maior intensidade entre os curtos e os longos. O movimento acompanhou particularmente a alta do dólar e as repercussões da divulgação da ata do Fomc, com sinalização de novas altas do juro norte-americano. Domesticamente, influenciaram também as repercussões das primeiras coligações políticas.
Agenda.
Em destaque, a divulgação do índice de Confiança do Consumidor do mês de junho, pela CNI, revelando piora da expectativa, com recuo de 102,2 para os atuais 98,3 pontos. Nos EUA, a prévia do emprego pelo ADP (177k) se apresentou abaixo da expectativa (190k).
Para a semana.
Em dia de jogo do Brasil, o foco se volta para os dados do emprego nos EUA (payroll) e para a divulgação do IPCA de junho.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 05.07.2018, elaborado por JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos