Carteira Sugerida de Ações para Abril de 2018
Abril: Fluxo de Capital Externo será preponderante para a tendência
Dentro do atual cenário, ponderado o balanço de riscos internos e internacionais que poderão influenciar os mercados acionários, o Ibovespa sinaliza viés de baixa para de abril. A temporada de resultados de empresas terminou e revisamos o preço-alvo do Ibovespa para 93.000 pontos no final de 2018.
O índice registrou sucessivos recordes nos dois primeiros meses do ano, que culminaram com a sua máxima histórica de 88.317 pontos (+15,6% no ano) no final de fevereiro (26/2).
Todavia, a partir desta data, o fluxo negativo de recursos estrangeiros se fez presente em quase todos os pregões, perfazendo saída de R$ 7,1 bilhões até o dia 27 deste mês (último dado disponível), tornando negativo o saldo no ano em R$ 149 milhões, após ter atingido o ingresso máximo de R$ 10 bilhões em 1º de fevereiro – lembrando que o índice avançou 11,14% em janeiro.
Desse modo, apesar da perceptível entrada de recursos por meio de fundos domésticos, uma gradual tendência de baixa se fez notar e prosseguiu desde o citado recorde, com o capital externo permanecendo como principal direcionador do desempenho.
No exterior, esperamos que volatilidade advinda de questões envolvendo o embate comercial entre os EUA e a China, que terminam afetando os demais mercados mundo afora, se mantenha.
Os indicadores norte-americanos tendem a seguir mostrando paulatino avanço no crescimento, assim como na Europa – uma surpresa positiva poderia vir de dados da China.
Declarações de membros do Fed com postura mais austera sobre juros poderiam alterar as perspectivas sobre futuro aperto na política monetária e mexer com o humor dos investidores nos mercados acionários.
No Brasil, os agentes têm sua atenção voltada para o julgamento no STF de um pedido de habeas corpus para o ex-presidente Lula no próximo dia 4 de abril, que poderá alterar a percepção do mercado vinculada às candidaturas para presidente da República na eleição de outubro.
Também, deverá ser monitorado o substituto do ministro da fazenda, Henrique Meirelles, que deverá deixar o cargo para concorrer ao pleito, com prazo legal máximo para desincompatibilização até o próximo dia 7 de abril.
Na frente econômica, os indicadores deverão seguir sinalizando que a atividade doméstica prossegue em consistente recuperação.
Performance.
O Ibovespa fechou estável aos 85.365 pontos em março (+0,01%), acumulando +11,73% no ano e +30,27% em 12 meses. A volatilidade intradiária se elevou com a maior aversão ao risco advindas do cenário externo. Em meados do mês, a imposição pelo governo Trump dos EUA de tarifas de importação de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio impactaram os mercados negativamente mundo afora, mesmo com alguma amenização posterior.
A medida afeta a segunda maior economia do mundo, a China, trazendo temores aos agentes sobre uma possível guerra comercial mundial e a redução do crescimento global.
Já o Fed subiu a taxa de juros norte-americana em 25 pts-base, para o intervalo entre 1,50% e 1,75%, como precificado anteriormente pelos agentes. O discurso de seu novo presidente, Jerome Powell, manteve a mesma linha da fala de sua antecessora – o mercado espera três a quatro altas de juros nos EUA este ano.
De toda a sorte, o índice brasileiro, mesmo com a reação no último pregão do mês, a tendência declinante, que teve início na última pontuação histórica, no recente 26 de fevereiro, ainda não se dissipou, influenciada também pelo viés de retirada de capital externo desde a referida data.
Análise gráfica do Ibovespa.
O índice prosseguiu em elevada volatilidade e as forças de baixa se intensificaram, levando o Ibovespa a cumprir o objetivo baixista, sinalizado pela cunha apontada no mês anterior.
Para o próximo mês, os padrões gráficos configuram tendência de baixa, mas ainda em elevada volatilidade, podendo tocar tanto o fundo em 82.800, quanto o topo de 87.300 pontos ao longo do mês.
No entanto, embora acreditemos no viés de baixa para abril, a tendência de longo prazo se mantém em configuração de alta, ainda sem sinais de reversão ao movimento iniciado em junho de 2016.
Próximos suportes em 79.400, 81.100 e 84.700 pontos; resistências em 87.500 e 89.100 pontos.
Confira no anexo a íntegra do relatório elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, Coordenador, José Roberto dos Anjos, CNPI-P, Analista Sênior, Rafael Reis, CNPI-P, Analista, Renato Odo, CNPI-P, Analista Sênior, Wesley Bernabé, CNPI, Gerente de Pesquisa, todos integrantes do BB Investimentos