Diário de Mercado na 5ª feira, 06.09.2018
Ibovespa recupera os 76 mil pontos apesar de queda em NY
Comentário.
A semana encerrou mais cedo no Brasil por conta do feriado, mas isso não desencorajou a montagem de posições mais arrojadas por parte dos investidores, ainda que na segunda-feira haja muito a ser digerido: de novas pesquisas eleitorais ao payroll, passando por dados da economia chinesa, e um provável novo capítulo na guerra comercial entre os EUA versus outros países, tendo China e Canadá como prováveis alvos.
Apesar da queda das bolsas em Nova York, o Ibovespa avançou vigorosamente, em sessão que contou com o resultado da pesquisa eleitoral divulgado na véspera, mas considerado de parcas novidades, assim como a surpresa positiva da inflação ao consumidor (IPCA), abaixo do esperado – e de fato, uma deflação - na margem mensal. Os juros futuros, assim como o dólar, também recuaram significativamente.
Ibovespa.
A elevação do apetite ao risco e especulações no âmbito eleitoral deflagraram alta significativa ao longo da sessão, com a maioria das blue chips avançando vigorosamente.
Apesar do feriadão -- que irá conter importantes eventos com a B3 fechada, -- os investidores optaram por se posicionar mais agressivamente. Com isso o índice suplantou o nível dos 76 mil pontos, fechando aos 76.416 pts (+1,76%), acumulando recuo de 0,34% em setembro, alta de 0,02% no ano e de 4,09% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,79 bilhões, sendo R$ 8,35 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa.
No dia 04 (último dado disponível), houve retirada líquida de R$ 342,78 milhões em capital estrangeiro da B3. Em 2018, esse déficit chega a R$ 3,367 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a inflação medida pelo IPCA (IBGE) relativa ao mês de agosto mostrou recuo de 0,09% na passagem ante julho, não apenas desacelerando ante o apanhado do mês anterior (0,33%) mas vindo aquém das estimativas dos analistas (consenso: 0,00%). No comparativo ante agosto de 2017 a variação ficou em 4,19%, aquém dos 4,29% aguardado pelo mercado.
Nos EUA, na série de agosto ajustada sazonalmente, de acordo com o relatório ADP, o setor privado gerou 163 mil novas vagas de emprego. Esse número ficou aquém das 200 mil vagas projetadas pelo consenso do mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) recuou ante ao real na sessão, em especial por conta do arrefecimento da percepção de risco quanto às economias emergentes, determinando também o avanço das outras moedas ante ao par norte-americano.
A divisa fechou valendo R$ 4,1172 (-0,36%), passando a acumular alta de 1,06% em setembro, 24,44% no ano e de 32,66% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 282 pts, ante 297 pts da véspera.
Juros.
Auxiliado pela deflação capturada pelo IPCA, os juros futuros recuaram na totalidade da estrutura a termo da curva. Movimentações consideradas positivas pelos agentes, também no âmbito eleitoral, assim como o fortalecimento do real ante o dólar na sessão, catalisaram o movimento.
Para a semana.
Nos EUA será divulgado o payroll na sexta. Na China, balança comercial no domingo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 06.09.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, integrantes do BB Investimentos