JHSF - Resultados do 2º trimestre de 2017
Positivos, mas alavancagem ainda preocupa
A JHSF divulgou em 16.04.2017 seus resultados consolidados de 2017, os quais vieram positivos em nossa visão. Embora a receita líquida tenha sido inferior a 2016 (principalmente devido à venda de ativos no ano anterior), a margem bruta aumentou 2,1 p.p. a/a e margem Ebitda ajustada subiu 1,4 p.p. a/a.
Quanto aos indicadores operacionais, o destaque é a divisão de shopping centers, que apresentou melhorias significativas, enquanto as divisões de Hotéis e Restaurantes e Incorporação ainda enfrentam um cenário desafiador.
Renda Recorrente.
A receita líquida sofreu uma redução significativa de 33,6% a/a em função:
(i) da venda da participação de 33% no Shopping Cidade Jardim e de 100% do Shopping Metrô Tucuruvi em 2016, e
(ii) menor representação de marcas internacionais ao longo de 2017.
No entanto, a queda no CPV foi mais que suficiente para impulsionar a margem bruta que veio em 5.0 p.p. superior a/a, chegando a 80% ante 75% em 2016. Vale ressaltar que, apesar da divisão de shoppings apresentar um aumento de despesas gerais e administrativas devido à criação de uma estrutura independente na JHSF Malls S.A., as despesas operacionais diminuíram 44,4% a/a como resultado da redução das despesas com vendas e outras despesas.
Quanto aos indicadores operacionais, estes vieram positivos em 2017, com aumento tanto nas vendas dos lojistas (+ 8,3% a/a) quanto da taxa de ocupação (de 91,3% em 2016 para 95,2% em 2017).
Incorporação.
As vendas contratadas foram maiores em 2017 devido a um aumento significativo de vendas na Fazenda Boa Vista e no Horto Bela Vista que, juntamente com as provisões relacionadas ao Bosque Cidade Jardim impactando negativamente as vendas contratadas em 2016 em BRL 86,5 milhões, beneficiaram a comparação anual.
Embora a receita líquida tenha vindo positiva em R$ 17 milhões (ante R$ -45,9 milhões em 2016), a margem bruta permaneceu negativa em -83% e as despesas operacionais aumentaram em decorrência da realocação de despesas com serviços compartilhados.
Hotéis e Restaurantes.
Essa divisão apresentou piora nos indicadores operacionais em 2017 a/a em virtude de um ambiente sócio-econômico mais turbulento na cidade do Rio de Janeiro, bem como pela forte base de comparação de 2016, período em que ocorreram os Jogos Olímpicos.
Nesse sentido, o Revpar caiu 18,1% a/a em função da menor diária média (-12,9% a/a) e da queda na taxa de ocupação (-5,9% a/a), levando a receita líquida a atingir R$ 171,00 milhões (-3,2% a/a). Quanto à margem bruta, esta veio 3,0 p.p. menor a/a em razão dos custos terem permanecido praticamente estáveis.
A empresa informou que ações de gestão foram tomadas com o objetivo de melhorar os indicadores operacionais, que já apresentaram alguma melhoria no 4T17.
Opinião do Analista.
As divisões de negócios da JHSF vêm apresentando diferentes dinâmicas. Embora a divisão de Incorporação ainda sofra com margem bruta negativa, esta já apresenta uma retomada nas vendas contratadas, sugerindo melhores resultados financeiros nos próximos trimestres.
Quanto à divisão de Hotéis e Restaurantes, esta continua sofrendo com o atual ambiente conturbado na cidade do Rio de Janeiro, razão pela qual esperamos que seus resultados financeiros permaneçam pressionados por mais algum tempo.
A divisão de Renda Recorrente, por outro lado, vem provando encontrar-se no caminho certo, apresentando indicadores operacionais significativamente melhores. No entanto, a alavancagem da empresa ainda é um ponto de atenção, uma vez que impossibilita a alocação de recursos no desenvolvimento de projetos que agreguem valor à empresa.
Nesse sentido, entendemos que o processo de desalavancagem deve ser tratado nos próximos trimestres para fortalecer a estrutura de capital da JHSF. Assim, mantemos a recomendação do Market Perform com um preço-alvo para 2018 de R$ 1,90 para a JHSF3.
Confira no anexo a integra do relatório do resultado apesentado pela empresa JHSF no 2ª trimestre/2017, elaborado por GEORGIA JORGE, CNPI Analista Sênior, do BB Investimentos