Diário de Mercado na 5ª feira, 24.05.2018
Ibovespa segue em tendência de baixa com impacto sobre a Petrobras
Resumo.
A união da manutenção do fortalecimento do cenário externo ao incremento das angústias internas com o movimento grevista dos caminhoneiros, que chegou ao seu quarto dia, manteve os investidores na defensiva.
No epicentro da tempestade, a Petrobras, que anunciou na véspera a redução de 10% do preço do diesel nas refinarias e, por conseguinte, viu suas ações caírem aproximadamente 15% logo na abertura dos negócios.
A contundente piora do clima doméstico, que incluiu anúncios de paralisações em montadoras, frigoríficos, portos, distribuidores de alimentos, e até mesmo de cotas para compras de pessoas físicas em supermercados ainda não trouxe significativo contágio a outros setores na Bolsa, mas dominou os negócios nos mercados de câmbio e juros futuros.
Ibovespa.
Repetindo a performance das últimas sessões, mas com ímpeto ainda maior, a Petrobras capitaneou a derrocada do índice, que bateu a mínima do dia próximo aos 79 mil pts.
Entretanto, houve parcial recuperação nas duas horas e meia finais da sessão, em boa parte pela “zeragem” de posições vendidas anteriormente no próprio dia.
O índice encerrou aos 80.122 pts (-0,92%), acumulando -3,56% na semana e -6,96% no mês, mas altas de 4,87% no ano e de 26,66% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 16,276 bilhões, sendo R$ 15,559 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 21.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 754,324 milhões da bolsa, elevando o saldo negativo de maio para R$ 3,538 bilhões e baixando o saldo positivo do ano para R$ 882,777 milhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o saldo em conta corrente foi de superávit de US$ 798 milhões em abril, reduzindo o déficit para US$2,604 bilhões em 2018 e para US$ 8,870 bilhões em 12 meses. O investimento direto no país foi de US$ 2,618 bilhões em abril, acumulando saldos positivos de US$ 20,366 bilhões no ano e de US$ 61,703 bilhões no ano.
Câmbio e CDS.
A moeda norte-americana abriu e operou em alta ao longo de todo o pregão. A questão doméstica da greve dos caminhoneiros induziu a um aumento do risco interno e reverberou em elevação da cotação do dólar nesta sessão.
O movimento ascendente do dia se contrapôs até a perda do dólar em relação aos seus principais pares globais, bem como, nem a colocação de contratos de swap cambial pelo Banco Central conseguiu conter a alta.
A divisa fechou cotada a R$ 3,6400 (+0,47%), variando -2,57% na semana e acumulando +3,88% no mês, +9,80% no ano e +10,98% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 191 pts, ante 189 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram com elevações em todos os vértices, destacadamente, na ponta mais longa de sua estrutura a termo. A turbulência no cenário doméstico, contaminado pela greve dos caminhoneiros e o impasse ainda sobre seu dissipação, levou a um aumento da aversão ao risco interno, que se refletiu sobre os juros.
Para sexta-feira.
Brasil: Custos de construção, Coleta de impostos;
EUA: Pedidos de bens duráveis, Sentimento Universidade de Michigan;
Alemanha: Expectativas IFO;
Reino Unido: PIB. Para o sábado –
China: Lucros industriais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 24.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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