ARGENTINA – Batalha Campal nas ruas de Buenos Aires contra Reforma da Previdência
Na última 6ª feira, 15.12.2017, aconteceu verdadeira batalha campal nas ruas de Buenos Aires, com 1.500 soldados atirando bombas de gás lacrimogeo e balas de borracha sobre a população argentina que saiu em movimento contra a votação, no Congresso Argentino, naquela mesma tarde, de transformações no sistema de aposentadoria governamental. Não faltaram caminhões pipa e seus jatos de água sobre a população.
Aconteceu a mobilização do povo argentino prometida pelos sindicatos. O presidente Macri acreditava ter os 129 votos necessários para passar a reforma da previdência.
O presidente do Congresso, Emilio Monzó, liderava os trabalhos e buscou conduzir a votação.
Mas, as imagens pela TV de grande violência nas ruas e, internamento no Congresso, gritos, empurrões e os pedidos insistentes de parlamentares pela suspensão da votação, fizeram com que Monzó paralisasse os trabalhos. Antes, parlamentares kirchneristas aproximaram-se da mesa e aos gritos, empurrões e tapas no microfone tentaram impedir o início dos trabalhos.
Dentro do Congresso se escutava tiros dos policiais em manifestantes, com balas de borracha, gritos, palavras de ordem ... 1.500 policiais tiveram muito trabalho.
Os indicativos eram de todo o apoio do Congresso á proposta de Macri, mas a violência das ruas atingiu e feriu dois deputados de oposição que haviam também saído às ruas para prestar solidariedade aos manifestantes.
Terminou também em gritos e socos a seção anterior do Congresso, realizada na 3ª feira, 12.12, em que foi programada essa seção de 6ª feira, 15.12.
Importante observar que nesta mesma 6ª feira havia acontecido em Buenos Aires o encontro para discussão do Acordo entre a União Europeia e o Mercosul. A Argentina ocupa no momento a presidência do Mercosul e o governo argentino esperava concluir essa negociação, bem como ter aprovada sua reforma da previdência.
Macri sofreu duro revés e os sindicatos de trabalhadores marcaram um ponto ... e deram belo exemplo ao letárgico povo brasileiro que assiste inerte o desmonte dos mecanismos de proteção social do Estado Brasileiro pelo governo Temer.