Diário do Mercado na 6ª feira, 08.03.2019
Ibovespa fecha em alta apesar do mau humor externo
Comentário.
O Ibovespa abriu o pregão em queda influenciado pelo mal humor no exterior, onde os mercados operavam com aversão ao risco por conta dos dados negativos do mercado de trabalho norte-americano e também por conta da queda nas exportações da China.
No entanto, no período da tarde, o índice se descolou do exterior e voltou a operar no campo positivo influenciado por novas notícias sobre o engajamento do Governo na aprovação da reforma da previdência. Na contramão das principais bolsas mundiais, a bolsa brasileira encerrou o dia em alta.
Ibovespa.
O índice encerrou a semana em alta com a maioria dos papéis se valorizando. Os destaques ficaram por conta da recuperação das ações do setor de educação, com Estácio ON subindo 8,08% e Kroton ON subindo 7,71%. Por outro lado, influenciada pelos números negativos da balança comercial chinesa, a CSN ON despencou 6,65%.
O Ibovespa fechou aos 95.364 pts (1,09%), acumulando uma queda de 0,23% no mês e uma alta de 8,51% no ano. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,5 bilhões, sendo R$ 10,3 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 6 de março (último dado disponível), ocorreu entrada líquida de de capital estrangeiro da bolsa de R$ 406,066 milhões, com retirada líquida de R$ 92,925 milhões em março. O saldo negativo acumulado em 2019 atingiu R$ 1,187 bilhão.
Agenda Econômica.
O IGP-DI/FGV subiu 1,25% em fevereiro ante janeiro. O índice acumula uma alta de 1,32% no ano e de 7,73% em 12 meses.
Nos EUA, os dados do Payroll surpreenderam negativamente o mercado ao registrar a criação de apenas 20 mil vagas de emprego em fevereiro. Apesar disso, a taxa de desemprego norte-americana recuou levemente de 4,0% para 3,8%.
As exportações chinesas despencaram 20,7% em fevereiro enquanto as importações caíram 5,2%, no mesmo período. Com isso, o saldo da balança comercial do país passou de US$ 39,16 bi em janeiro para US$ 4,12 bi em fevereiro, ficando bem abaixo das previsões dos analistas que estimavam um superávit em torno de US$ 24,45 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana recuou nesta sexta-feira influenciada pelos dados negativos do payroll norte-americano e pelo fraco desempenho da balança comercial da China.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,8700 (-0,33%), acumulando alta de 3,12% no mês, queda de 0,13% no ano e uma valorização de 18,68% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil passou de 165 pts para 164 pts.
Juros.
Os juros futuros encerram a sessão regular em baixa nesta sexta-feira, especialmente nos contratos de longo prazo. Os números negativos do mercado externo influenciaram o recuo das taxas.
O DI para 2020 fechou em 6,46% de 6,48% de ontem. O DI para janeiro de 2021 caiu de 7,19% para 7,14%. O DI para janeiro de 2023 foi de 8,36% para 8,28%. O DI para janeiro de 2025 recuou de 8,89% para 8,81%.
Para a semana:
Brasil: Vendas, produção e exportação de veículos Anfavea; IGP-M (prévia); IPCA; Produção industrial; Criação de empregos formais; IGP-10; Coleta de impostos.
EUA: IPC; Índices de preços de importação e exportação;Produção industrial.
Alemanha: Produção industrial e IPC.
França: IPC.
Reino Unido: Produção industrial. Zona do Euro: IPC e Produção industrial. China: Produção acumulada do ano.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 08.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos