Diário do Mercado na 5ª feira, 07.02.2019
Exterior negativo puxa novo recuo da bolsa
Comentário.
As dúvidas levantadas sobre os desdobramentos da guerra comercial, ante a informação de que Trump não se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, antes do fim da trégua, derrubou os mercados lá fora.
Além disso, os últimos já amargavam perdas em razão do temor de desaceleração do crescimento global, que já se materializa de maneira mais firme nas revisões para baixo das perspectivas do PIB dos países da zona do euro.
A aversão ao risco no exterior influenciou negativamente os negócios locais, impactados, também, pela piora na saúde do Presidente, o que, aos olhos do mercado, pode afetar o andamento da agenda de reformas.
No mercado de câmbio, o dólar se fortaleceu, seguindo tendência global da divisa na sessão desta 5ª feira, 07.02, e encerrou cotado a R$ 3,71 (+0,38%). Na mesma esteira, a curva de juros futuros fechou com elevações em toda a estrutura a termo, notadamente nos vértices de curto e médio prazos.
Ibovespa.
A bolsa brasileira começou o dia em alta e assim permaneceu durante toda a primeira metade do pregão, chegando a atingir a máxima de 95.641 pts (+1,06%). No entanto, no período da tarde, o índice virou para o negativo e acabou encerrando com queda moderada (-0,24%). Dentre as altas, destaques para Ambev e Suzano. Na ponta oposta, Vale e Petrobras registraram firme recuo.
O Ibovespa fechou aos 94.405 pts (-0,24%), acumulando recuo de 3,07% no mês, alta de 7,42% no ano, e de 14,0% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,1 bilhões, sendo R$ 16,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 05 de fevereiro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 148 milhões, diminuindo o saldo positivo do ano para R$ 2,4 bilhões.
Agenda Econômica. No Brasil, o IGP-DI/FGV de janeiro apresentou uma variação quase nula (0,07%), ante uma retração de 0,45% no mês anterior. Com o resultado, o índice acumula uma alta de 6,56% nos últimos 12 meses.
Nos EUA, foram registrados, na semana passada, 234 mil pedidos de seguro-desemprego, o que representa uma redução de 19 mil pedidos em relação à semana anterior.
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana voltou a encerrar em alta, repercutindo fortalecimento global da moeda, bem como cautela do mercado frente a ausência de novidades sobre a reforma da Previdência.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,7180 (+0,38%), acumulando uma alta de 1,64% no mês, uma desvalorização de 4,05% no ano e uma alta de 13,56% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 169 pontos, ante 166 pontos da última sessão.
Juros.
Repercutindo o comunicado da véspera do Copom sobre a manutenção da taxa Selic, encarado como menos “dovish” pelos agentes, os juros futuros encerraram em alta, principalmente nos contratos de curto e médio prazos.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 6,46% ante 6,36% de ontem. O DI para 2023 passou de 8,17% para 8,23% hoje. O DI para janeiro de 2025 subiu de 8,71% para 8,77%.
Para sexta-feira. Brasil: IGP-10; Atividade Econômica.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 07.02.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos.
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