Diário de Mercado - 12 de setembro 2018
Ibovespa retorna aos 75 mil pts apoiado em Vale e Petrobras
Comentário.
Em novo pregão ditado, em grande medida, por pesquisa eleitoral – Ibope divulgado na véspera – o Ibovespa passou por moderada correção após o mergulho da véspera (-2,33%) e avançou 0,63%, aos 75.124 pts.
Os investidores interpretaram o resultado do Ibope com viés positivo, baseados na evolução da intenção de voto de candidato considerado reformista pelo mercado. A menos de um mês das eleições, o principal direcionador seguirá sendo o noticiário político, em meio à intensa volatilidade.
No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa relevante durante a sessão, alinhado à dinâmica no exterior, mas encerrou estável. Já os juros futuros tiveram alívio nos prêmios em praticamente toda a estrutura da curva, principalmente na ponta longa.
No exterior, o Beige Book, do Fed, reiterou o otimismo com a economia norte-americana, e a perspectiva de novas negociações comerciais entre China e EUA foi vista com certo otimismo.
Ibovespa.
Após firme queda na véspera e divulgação de nova pesquisa Ibope na noite de ontem, vista com otimismo pelos investidores, o principal índice doméstico teve avanço moderado. O bom desempenho das blue chips puxou os ganhos do índice, com destaque para os papéis da Petrobras e da Vale. Na outra ponta, BRF e Embraer registraram firmes recuos.
O benchmark fechou aos 75.124 pts (+0,63%), acumulando recuo de 2,03% em setembro, de 1,67% no ano e alta de 0,79% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,52 bilhões, sendo R$ 10,08 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 (último dado disponível), houve retirada líquida de R$ 59,331 milhões em capital estrangeiro da B3, aumentando o déficit de setembro para R$ 567,387. Em 2018, esse déficit chega a R$ 3,555 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-Fipe registrou ligeira aceleração passando de 0,37% na 1ª quadrissemana de agosto para 0,40% na 1ª quadrissemana de setembro, com consenso em 0,43%. Os grupos Alimentação (-0,43%) e Transportes (-0,29%) recuaram, ao passo que Habitação (+0,83%) avançou – puxado, principalmente, pela energia elétrica, que gerou impacto de 0,30 p.p. no índice.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou em queda durante toda a sessão, mas reduziu perdas na última hora, quando aproximou-se da estabilidade. O comportamento da divisa por aqui esteve em linha com o exterior, onde perdeu força de modo generalizado, também em relação às moedas emergentes – exceto ante o peso argentino.
A divisa fechou valendo R$ 4,1510 (-0,10%), passando a acumular alta de 2,12% em setembro, 25,22% no ano e de 32,75% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 285 pts, ante 288 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, especialmente nos vértices de longo prazo. O alívio das moedas emergentes ante o dólar – apesar do real registrar mínimas a caminho do fim do pregão – e a interpretação positiva pelos agentes da pesquisa Ibope, divulgada ontem, contribuíram para a diminuição dos prêmios em toda a estrutura da curva a termo.
Para quinta e sexta-feira.
Por aqui, aguardam-se os resultados de julho das Pesquisas Mensais do Comércio e Serviços do IBGE. Em relação ao varejo, o consenso entre os economistas aponta para um modesto avanço (m/m), ante queda em junho. Já o setor de serviços deve acelerar a alta observada no mês anterior.
No exterior, os dados da indústria de zona do euro (quarta), China (quinta) e EUA (sexta) – acompanhados pelos números do varejo norte-americano – estarão no centro das atenções dos agentes.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira 12.09;2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, HAMILTON AÇVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, do BB Investimentos.